Navegar o contexto atual do mercado de obrigações é um desafio. A amplitude de ação do Carmignac Portfolio Unconstrained Global Bond permite explorar as oportunidades onde quer que elas surjam.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
Num cenário económico difícil para o investimento em obrigações, são os gestores experientes e as abordagens flexíveis que melhor poderão extrair o alpha de um terreno cujo ‘minério’ não está à vista do olho destreinado. O Carmignac Portfolio Unconstrained Global Bond, fundo Blockbuster Funds People, capitaliza exatamente na sua natureza dinâmica, centrada no aproveitamento das tendências e ineficiências do mercado para obter resultados. Quem o diz é Charles Zerah, gestor do fundo, em entrevista à Funds People. “O fundo pode adaptar-se rapidamente a cenários em evolução através da obtenção de exposição ou da sua cobertura. Esta abordagem oportunista permite explorar plenamente as convicções de investimento e, ao mesmo tempo, gerir os níveis de risco e a exposição de acordo com as nossas perspetivas top-down”, explica o profissional da entidade gestora francesa Carmignac.
Esta estratégia dispõe de um universo de investimento amplo e diversificado, e usufrui da amplitude desse universo para identificar oportunidades de taxas de juro, de crédito e de divisas nos mercados desenvolvidos e emergentes. Completamente desligado de qualquer benchmark, “é guiado por convicções, e complementado por um elevado nível de liberdade em vários segmentos. Graças ao processo sem restrições, o fundo é capaz de investir em oportunidades seletivas de criação de valor para gerar resultados nos mercados de rendimento fixo, quer estes estejam em alta ou em baixa”, comenta Charles Zerah.
Três pilares de um processo diligente
O processo de construção da carteira baseia-se, segundo o gestor, em três pilares diferentes. Principia numa etapa top-down, durante a qual toda a equipa de gestão se reúne todas as manhãs para discutir e analisar dados macroeconómicos, eventos de mercado e fatores de risco. “Tentamos definir e questionar o nosso cenário macro central”, esclarece Charles Zerah. O segundo é o pilar bottom-up. Aqui o gestor trabalha em estreita colaboração com a equipa de obrigações composta por gestores e analistas no sentido de implementar as perspetivas top-down. “Os nossos analistas cobrem diferentes classes de ativos ou estratégias, dispondo, assim, de conhecimentos profundos em todas as classes de ativos de rendimento fixo. A colaboração estreita e constante interação no seio da equipa facilitam a implementação de excelentes estratégias de taxas de juro, de crédito e divisas. Na fase final, calibramos cada uma das estratégias num quadro de gestão de risco muito disciplinado. Ainda que a gestão de risco esteja presente nas duas primeiras etapas do processo, desde o estabelecimento do cenário macro até à implementação das estratégias e a sua monitorização no fundo, também utilizo ferramentas quantitativas para monitorizar a correlação entre a minha carteira e os principais fatores de risco de mercado e verificar diariamente se está de acordo com o cenário macro”, explica o profissional da Carmignac.
O mercado e a carteira
Depois de um último trimestre de 2018 que penalizou praticamente todas as classes de ativos, o início de 2019 mostrou uma inversão clara da situação. Para o gestor “uma evolução fundamental durante este período foi a inversão da política monetária impulsionada pela Reserva Federal dos EUA. Essa mudança abriu caminho para uma recuperação substancial em todos os ativos de rendimento fixo, o que nos proporcionou ganhos nas nossas participações na dívida soberana na Europa, na Ásia e noutros mercados emergentes, bem como na nossa carteira de obrigações emitidas por empresas”.
Assim, e em resposta à inversão da política da Fed, o gestor aumentou significativamente a duração modificada global do fundo no primeiro trimestre, duração essa que variou de 400 a 700 pontos base ao longo desse período. “A nossa alocação global favorece agora a dívida soberana da Europa, especificamente da Áustria, França, Chipre e Grécia, juntamente com os títulos de dívida pública dos EUA. Além desta diversificação geográfica, optámos por uma variedade de maturidades de país para país, comprando papel comercial americano no meio da curva de rendimentos - a 5, 10 e 30 anos - e papel comercial europeu no segmento mais longo -20 e 40 anos. A lógica subjacente a essa escolha é que os Estados Unidos e o resto do mundo estão a viver ciclos monetários diferentes. Além disso, a reviravolta da Fed incentivou-nos a aumentar a nossa exposição à dívida soberana dos mercados emergentes, com preferência por títulos da Rússia, do Qatar e da Turquia denominados em moedas fortes e por dívida em moeda local do México e do Chile. Pretendemos manter uma elevada duração modificada em resposta às inversões de política que estão a ser levadas a cabo pelos principais bancos centrais”.
Já no segmento das obrigações privadas o gestor destaca que “os spreads de crédito do mercado estão apertados, tal como seria de esperar. Quer o mercado se mantenha na sua forma atual ou se ampliem os spreads, estamos confiantes de que este é um ambiente favorável para os responsáveis pela seleção de títulos. Ao longo dos próximos meses, esperamos manter a nossa exposição a obrigações emitidas por empresas num intervalo de 15% a 25% do total dos ativos, com base nas políticas da Fed e do BCE e na perspetiva de estabilização das economias europeias”.
Por fim, no que se refere ao mercado cambial, Charles Zerah considera que “a atual conjuntura económica atrasou o início da depreciação do dólar norte-americano, que temos vindo a prever há vários trimestres”. Para o gestor, o diferencial de taxas de juro entre os Estados Unidos e outros países desenvolvidos ainda confere uma vantagem considerável ao dólar que continua a atrair grandes fluxos de capital. “No entanto, o abrandamento da economia dos EUA e os primeiros sinais de estabilização na zona euro levam-nos agora a privilegiar o euro, a moeda de base da nossa carteira”, conclui.