O Fund Manager Survey do BofA mostra um investidor profissional muito pessimista, mas não apocalíptico. A liquidez foi reduzida ao mínimo para transitar para a tecnologia e para os ativos norte-americanos.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
Alivio, mínimo, no pessimismo. O ânimo dos investidores permanece em baixo, mas já não é apocalipticamente negativo perante a esperança de que a inflação e as subidas das taxas abrandem nos próximos trimestres. 88% dos inquiridos pelo Fund Manager Survey do BofA prevê uma menor inflação nos próximos 12 meses e os receios de aumentos draconianos das taxas de juro foram atenuados. No entanto, o indicador Bull & Bear do BofA mantém-se no zero, o nível de negatividade máxima.
Apesar disso, é uma recuperação de ânimo vinda de terreno muito profundo. Tanto as expectativas de crescimento como a alocação a ações melhoraram a partir dos pontos críticos de julho. É possível observar isto no gráfico seguinte. A tendência é positiva, mas partindo dos níveis de outubro de 2008. Curiosamente, o consenso de que haverá uma recessão nos próximos 12 meses continua a aumentar. Cerca de 58% dos gestores inquiridos assim o prevê, uma percentagem muito similar à de períodos como março de 2009 ou abril de 2020.
Quanto ao posicionamento, os níveis de liquidez também diminuíram dos históricos 6,2% de junho para os 5,7% de julho. Continuamos, no entanto, a falar de uma liquidez muito alta, como se pode ver no gráfico a seguir. A média histórica tem sido de 4,8%.
Nas carteiras também se observa essa atenuação do pessimismo. A liquidez, acima mencionada, fluiu para as bolsas. A percentagem de gestores que estão subponderados em ações foi reduzida. E como o estão a fazer? Regressando a setores como o tecnológico ou o do consumo discricionário, e mantendo-se fora de setores como o de bens de consumo básico e utilities.
Por último, um indicador interessante deste mês é que a percentagem de gestores que prevê que o growth terá um melhor desempenho que o value, mudou a favor do primeiro pela primeira vez desde agosto de 2020.