Fundos de capital de risco aumentam o seu valor em Portugal em 2014

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Little_Pan, Flickr, Creative Commons

No relatório anual agora publicado pela CMVM, referente ao ano passado, pode notar-se um aumento de 12,7% no montante global de investimento dos operadores de capital de risco que fecharam o ano nos 3.477 milhões de euros. Se se incluir na análise os “Depósitos e outros meios líquidos e ainda outros ativos afetos a capital de risco” o valor global sob gestão é cerca de 9,4% superior ao do ano anterior. Excluindo esta rubrica, os fundos de capital de risco (FCR) tinham mais de 3.121 milhões de euros sob gestão enquanto as sociedades de capital de risco (SCR) detinham 355 milhões de euros.

“O crescimento da atividade em Portugal resulta da manutenção dos processos de reestruturação de alguns setores da atividade económica, designadamente o turismo e o têxtil. O sector não-financeiro representa, no entanto, cerca de metade do investimento realizado pelos operadores de capital de risco”, segundo se pode ler no documento publicado.

Fora de portas, na Europa, “os recursos captados pelo capital de risco aumentaram cerca de 14,0%, somando cerca de 41,5 mil milhões de euros no final do ano”. Apesar do aumento em Portugal estar em linha com a Europa, Nuno Gaioso, o novo presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco - APCRI - afirmou à Funds People numa entrevista dada na últma revista publicada, que em Portugal a "atividade do capital de risco está em desenvolvimento, sendo ainda imatura face à média europeia".

Face ao ano passado, “o valor destinado ao investimento pelas sociedades de capital de risco caiu de novo, enquanto nos fundos de capital de risco voltou a crescer”. A queda nas SCR “ocorreu quer nas partições em sociedades quer nas outras fontes de investimento e suporte à atividade das empresas, tendo sido mais relevante nas participações”. Já o aumento nos FCR foi “mais acentuado nas outras fontes alternativas de financiamento”.

Turismo com papel fulcral

De acordo com a publicação, “as sociedades gestoras de participações sociais, relacionadas com atividades não financeiras, nomeadamente o turismo, têm um papel fulcral na canalização dos investimentos do sector”. Para sustentar esta afirmação, nos FCR o valor investido em atividades não financeiras chegou aos 1.300 milhões de euros, sendo seguido pela indústria transformadora com quase 360 milhões de euros.