Os produtos ESG estão a ocupar uma importante quota do mercado de fundos. E agora a procura está a despertar fortemente em produtos de temáticas sociais.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
Os fundos ESG na Europa já são uma indústria de 1,2 biliões de euros. Segundo dados da Morningstar recolhidos pela EFAMA, no fecho de 2020, os ativos em produtos sustentáveis representavam 11% da quota de mercado. Uma subida muito notória face aos 8,7% com que fecharam 2019. E ainda mais notória face aos 6,9% de finais de 2015. Estes produtos conseguiram 4% do bolo num contexto em que o resto da indústria de fundos também continuou a crescer.
A tendência de crescimento começou há cinco anos, mas acelerou sobretudo em 2019 e 2020. Para Vera Jotanovic, economista sénior da EFAMA, é notório que a procura por ISR manteve-se intacta até durante uma crise financeira.
Esse crescimento também se estendeu aos fundos de impacto. Os que não só usam critérios de sustentabilidade, mas que também dão mais um passo e medem as consequências do seu capital. Podemos verificar novamente como o crescimento sobe em apenas 12 meses: os fundos de impacto ambiental alcançaram os 320.000 milhões de euros em ativos sob gestão.
Como vemos, é um mercado dominado pelas estratégias ligadas às baixas emissões de carbono. Estas representam quase metade dos ativos. Mas, na EFAMA, também notam outra tendência interessante. O boom do ESG está a despertar interesse no S de social. Os fundos de impacto social estão prestas a chegar aos 100.000 milhões de euros sob gestão. Estamos a falar de um crescimento de 340% em apenas cinco anos. São produtos sobretudo centrados em igualdade de género e diversidade ou desenvolvimento da comunidade.
Porque é que ESG é coisa de fundos de ações
Mas sempre que falamos sobre fluxos para fundos ESG, devemos ter em mente que provavelmente estamos a falar sobre fundos de ações. A verdade é que os fundos do mercado de ações são a classe de ativos dominante no mercado UCITS ESG. Representavam 56% dos ativos no final de 2020. É uma percentagem superior à média global do setor. Mas não são apenas os que possuem mais ativos, mas também são os que mais se vendem. Dos 40.000 milhões de vendas líquidas para fundos ESG em 2020, 25.000 milhões foram para fundos de ações.
Segundo Jotanovic, isto responde tanto à procura como à oferta de produtos. “Com os fundos de ações ESG, é mais fácil explicar claramente uma convicção. Podemos ver fundos ambientais, de diversidade, etc. Pelo contrário, as obrigações ficam mais limitadas às green bons”, destaca. Esta capacidade de expressar ideias diferentes também se nota na procura. Os investidores podem interessar-se por diferentes focos de ISR e são mais capazes de expressá-los através de temas do mercado de ações.