A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública divulgou uma apresentação que preparou para investidores e para o público em geral a argumentar o facto de Portugal ter “virado a página desde a crise europeia, com o reequilíbrio económico e as reformas estruturais a suportar a recuperação”. Entre os diversos indicadores destacados, que poderá consultar na apresentação, a entidade destaca uma posição financeira líquida das famílias portuguesas em clara melhoria, não só em virtude de uma redução da alavancagem, mas também no crescimento significativo dos ativos financeiros e não financeiros que consolidam a posição das famílias portuguesas num património líquido superior aos máximos verificados na primeira década deste século. Também a estrutura de capital das instituições financeiras e empresas portuguesas se encontra em evidente melhoria, segundo o IGCP.
Com o stock de dívida pública a mostrar uma evidente tendência de contração, quando medida em função do PIB, a entidade gestora da dívida pública portuguesa tem enfrentado um mercado cada vez mais benevolente, em termos do custo exigido para financiar as novas emissões.
A estrutura da base de investidores mostra que o investimento tem origem de uma diversidade grande de geografias, mas principalmente que, face a 2013, os investidores de longo prazo como os fundos de pensões e seguradoras voltaram a deter uma participação significativa da dívida nacional – fruto da melhoria da qualidade de crédito da dívida pública -, muito embora os gestores de ativos e hedge funds representem, ainda, bem mais de metade da base de investidores.
O IGCP mostra também que, depois de um período em que os gestores de fundos de investimento desinvestiram da dívida portuguesa, em 2017 estes voltaram a encontrar valor nestes ativos e, a par com as instituições financeiras, reforçaram o investimento. De realçar também o lento mas progressivo crescimento do interesse por parte dos fundos de pensões e investidores de retalho.
