Fundos de investimento representam quase dois quintos dos ativos geridos pela gestão de patrimónios nacional

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A gestão de patrimónios nacional não tem estado imune ao comportamento dos mercados financeiros este ano. Só no segundo trimestre do ano, os ativos sob gestão totais recuaram mais de 2,36 mil milhões de euros, o que fez com que o semestre fechasse nos 33,907 milhões de euros, o que compara com os 37,62 mil milhões de euros de ativos sob gestão no final de 2021, segundo a CMVM.

A comparação com o período homólogo de 2021 mostra-se ainda mais negativa. No entanto, e como realçamos já várias vezes, é um movimento que reflete uma mudança na estrutura do mercado de gestão de patrimónios - com o encerramento da atividade da BMO em Portugal e a internalização da gestão de ativos por parte da Ageas - que em nada impacta o volume de ativos sob gestão nacional.

Contudo, o ponto que vimos aqui relevar é o quão relevante é o peso das unidades de participação de fundos de investimento nas carteiras da gestão de patrimónios nacional. É um peso que se viu reforçado com a saída da BMO do panorama nacional de gestão de ativos e que demonstra a escala a que os restantes operadores do mercado confiam, em média, nos veículos de terceiros para a gestão das carteiras de investimento.

A rubrica viu-se penalizada no segundo trimestre de 2022, perdendo cerca de 1.231 milhões de euros de volume, mas continua a representar muito perto de dois quintos do total de ativos.

Fonte: CMVM

Detalhe de alocação

O detalhe divulgado pela APFIPP permite levantar o véu da distribuição desta rubrica em termos de classe de ativos e nacionalidade do veículo de investimento. Porém, indicam da associação que as entidades associadas representam apenas 75% do total do mercado. Os dados divulgados apontam para um montante pouco acima dos 6 mil milhões de euros nas rubricas de UPs de fundos de investimento (incluindo fundos imobiliários), cerca de metade do total divulgado pela CMVM.

A distribuição mostra-nos uma preponderância de fundos de ações estrangeiros, seguidos dos fundos de obrigações estrangeiros na alocação das carteiras. No total, os fundos estrangeiros representam cerca de 20% das carteiras das associadas da APFIPP.

Fonte: APFIPP