Fundos mistos: estes são os produtos recomendados pelas gestoras internacionais para 2017

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Domdomfrommionnay, Flickr, Creative Commons

Como é habitual no final de cada ano, a Funds People realizou uma sondagem entre os máximos responsáveis das gestoras internacionais para conhecer qual vai ser o produto multiativo no qual centram baterias para enfrentar o próximo ano. O estudo realiza-se todos os anos tendo como referência as mesmas entidades, o que permite fazer uma comparação sobre as mudanças ou as variações na seleção de produto. Neste sentido podem extrair-se duas conclusões. A primeira é que mais de metade dos questionados selecionaram um produto que tem a etiqueta de income na sua nomenclatura. A segunda é que o número de responsáveis que elegem este ano o mesmo produto do que no ano passado, e os que repetem a estratégia repartem-se praticamente em 50% (ver fundos selecionados no ano passado).

Seguindo uma ordem alfabética, os máximos responsáveis das entidades incluídas na amostra revelam quais vão ser os fundos mistos de eleição para 2017, assim como as razões que os levaram a eleger esses mesmos produtos.

BankinterO fundo misto que Beatriz Barros de Lis incluiria na carteira em 2017 é o AXA WF Global Income Generation. “Os fundos mistos têm sido um dos produtos do ano de 2016, mesmo tendo apresentado resultados díspares, sobretudo os que têm estado mais expostos às oscilações das ações e obrigações. O AXA WF Global Income Generation é um fundo misto que investe em obrigações e ações, com uma inclinação para empresas com uma dividend yield (no caso das ações) ou cupão (no caso das obrigações) elevados. O seu objetivo é proporcionar rentabilidades regulares, em torno dos 5%, e obter uma apreciação de capital a médio prazo através de uma alocação dinâmica e flexível numa ampla seleção mundial de classes de ações. No cenário atual, as estratégias de rendimento são chave para as carteiras”, explica a diretora geral da AXA IM para.

O fundo misto assinalado por André Themudo, vice-president da BlackRock é o BGF Global Multi-Asset Income Fund. Uma solução global, para oferecer aos investidores um nível de rendimentos atrativos com um nível de risco controlado. Procura oportunidades de investimento dentro das distintas classes de ativos para gerar um rendimento atrativo para o investidor. Investe até 10 classes distintas de ativos dentro do universo de fixed income e de ações. A equipa está muito centrada na gestão do risco na hora de selecionar os ativos com rendimentos mais atrativos. Tal como revela Themudo, o fundo tem três objetivos: distribuir rendimentos entre 4% e 6%, ter um estrito controlo do risco que permite limitar as quedas em momentos de volatilidade nos mercados, e fornecer flexibilidade.

Captura_de_ecra__2016-12-21__a_s_13O fundo misto no qual aposta Sasha Evers em 2017 é o BNY Mellon Global Real Return, produto gerido pela Newton, a especialista em investimento temático global da BNY Mellon. É um fundo que tenta obter uma rentabilidade de liquidez (Euribor) +4% a cada ano com um horizonte de investimento de 3 a 5 anos, antes de deduzidas as comissões. O fundo investe com um enfoque global, num leque de classes de ativos líquidas (ações, obrigações, instrumentos monetários, REITS e matérias primas). Também pode utilizar derivados simples com fins de cobertura (por exemplo Bond calls e equity put options). Segundo o diretor geral da BNY Mellon IM para Ibéria, “em 2016 será um fundo interessante para investidores conservadores já que, ao ser um produto multiativo com um objetivo de rentabilidade real (descontando a inflação), comporta-se bem em contextos voláteis e incertos. É o que tem demonstrado ao longo da sua história. O melhor exemplo é que obteve resultados positivos em anos difíceis como 2008 e 2011”.

Captura_de_ecra__2016-12-21__a_s_13O produto misto no qual Mariano Arenillas aposta para enfrentar o próximo ano é o Deutsche Concept Kaldemorgen, fundo multiativo flexível sem restrições com um estrito controlo de volatilidade (objetivo máximo de 10% anual) e quedas máximas (objetivo máximo 10% num ano natural). “Klaus Kaldemorgen e a sua equipa têm demonstrado desde 2011 e em todo o ciclo económico, a sua capacidade para maximizar o rácio dentro de leque de volatilidade de 5-8% anualizados. Num contexto tão complexo como o atual, a flexibilidade e a experiência da equipa para aproveitar as oportunidades tanto estratégicas como táticas em distintas classes de ativos tem permitido oferecer rentabilidades sustentáveis e atrativas, o que oferece valor excepcional para o investidor”, sublinha o responsável do Deutsche AM para ibéria.

Captura_de_ecra__2016-12-21__a_s_13Sebastián Velasco, diretor geral da Fidelity para Portugal e Espanha apresenta como primeira opção o FF Global Multi Asset Income. “O fundo investe em todo o tipo de ativos geradores de rendimentos a nível mundial, baseando-se na análise do panorama económico de cada momento. Durante 2017 poderemos assistir a um aumento moderado da inflação e esperamos que muitas das fontes preferidas de rendimentos dos últimos anos experienciem um elevado grau de volatilidade, entre elas as ações que pagam dividendos. Fixar-nos-emos em ativos que não tenham beneficiado tanto das políticas de flexibilização quantitativa, como os ativos emergentes (em particular as obrigações asiáticas de alta qualidade creditícia), as infraestruturas e os empréstimos”, explica o responsável.

Captura_de_ecra__2016-12-21__a_s_13A grande aposta de Ramón Pereira, diretor geral da Franklin Templeton Investments para Portugal e Espanha é o Franklin Diversified Conservative. Segundo explica, este produto faz parte de uma gama de três fundos (os Franklin Diversified Funds), geridos seguindo a filosofia Risk Factor Investing, com um objetivo de retorno absoluto. “Gerem-se dentro de um intervalo de volatilidade (3%-5%) e um objetivo de rentabilidade (Euribor +2%), definindo explicitamente o objetivo de cada fundo, com um horizonte de 2 anos. Ambos os objetivos (volatilidade/rentabilidade) têm sido alcançados consistentemente desde o seu lançamento, obtendo os três fundos um comportamento melhor do que a média da sua categoria em todos os períodos”.

fundos alternativos O produto misto no qual Lucía Catalan aposta para o próximo ano é o GS Wealthbuilder Multi-Asset. Tal como explica a responsável da Goldman Sachs Am para Ibéria e América Latina, trata-se de uma gama de fundos com três perfis de risco (Conservative, Balanced e Growth), dirigidos ao cliente retail, com uma rentabilidade objetivo, dependendo do perfil eleito, entre 4% e 7% e com uma volatilidade entre 5% e 12%, sendo agnósticos relativamente ao índice. “Esta gama é gerida pela equipa de Global Portfolio Solutions da Goldman Sachs AM, especializada em construir produtos multiativos, com enfoque em gerar rentabilidade ligada a uma exaustiva gestão do risco. Os fundos Wealthbuilders constroem-se investindo em diferentes estratégias da GSAM, seguindo uma alocação de ativos dinâmica, diversificada, que inclui o uso de derivados e ETF”.  

fundos alternativos O fundo multiativo que elege Íñigo Escudero é o Invesco Pan European High Income. Segundo explica o diretor geral da Invesco para a Península Ibérica e América Latina, “este fundo misto permite aproveitar a experiência de gestão da equipa de obrigações da Invesco em Henley, liderado por Paul Read e conta com a excelência da equipa de ações europeias representada por Stephanie Butcher. O enfoque é flexível e pragmático, com uma gestão ativa tanto em crédito como em duration (historicamente moderada, abaixo dos 4 anos). Pode investir um máximo de 30% em ações, embora a exposição máxima histórica seja de 22%, muito perto dos níveis atuais. Este elevado nível relativo vai de encontro à visão dos gestores de continuar a apostar em ações europeias. A carteira de obrigações do fundo está diversificada, em liquidez, dívida soberana e corporativa, tanto de grau de investimento como high yield. O fundo ocupa o primeiro quartil em todos os prazos temporais (1, 3 e 5 anos) e é o melhor fundo da sua categoria desde o lançamento”.

Captura_de_ecra__2016-12-21__a_s_13A grande aposta de Javier Dorado, responsável da J.P.Morgan AM para a Península Ibérica, é o JPM Global Income Fund. “É um fundo global, misto, que procura distribuir trimestralmente o maior rendimento possível. É gerido por uma equipa de especialistas em alocação de ativos que investe de forma diversificada numa ampla gama de ativos, com o objetivo de capturar dividendos e cupões para poder distribui-los aos investidores. É um fundo que proporciona um complemento perfeito para os tradicionais investimentos, com enfoque no rendimento, dos aforradores e investidores, sobretudo tendo em consideração que estas fontes tradicionais pagam rendimentos muito baixos, hoje em dia (ou mesmo negativos, se ajustarmos pela inflação). O seu perfil de risco equilibrado tem permitido gerar rentabilidades muito atrativas ajustadas ao risco desde o lançamento.

fundos alternativos Os acontecimentos políticos e económicos que assistimos durante o ano configuraram um cenário de investimento volátil. Neste contexto, é compreensível que os investidores adotem um perfil mais conservador motivados por uma maior aversão ao risco”, assegura Ignacio Rodríguez Añino, responsável da M&G na Espanha, Portugal e América Latina. Neste sentido, na gestora apostam em estratégias multiativos com carteiras equilibradas e com capacidade de oferecer uma rentabilidade positiva a longo prazo. “Com este enfoque, a nossa aposta é o M&G Prudent Allocation Fun, o fundo mais conservador da gama multiativos da entidade. É dirigido a investidores com um horizonte de investimento a longo prazo e interesse em estratégias multiativos com uma exposição a ações mais conservadora – o limite interno para a exposição a ações está fixado nos 35%, enquanto que o resto da carteira pode estar alocada entre 0% e 100% a obrigações, e entre 0% e 20% a outros ativos. Juan Nevado e Craig Moran, os gestores do fundo, contam com uma ampla trajetória nos mercados, e gerem outros fundos da M&G dentro da mesma categoria com um perfil de risco mais elevado, como o M&G Dynamic Allocation. Ambos os gestores acreditam que o potencial de rentabilidade do fundo se situa entre 3% e 6% brutos anualizados em períodos de três anos consecutivos, permitindo a revalorização do capital e a partilha periódica de rendimentos. Por sua vez, o nível de volatilidade mantém-se em mínimos, entre 3% e 7% a médio prazo”.

fundos alternativos A grande aposta para o próximo ano de Laura Donzella, no que respeita a produtos multiativos é o Nordea 1 – Flexible Fixed Income Fund, produto que a responsável da Nordea para Portugal, Espanha e América Latina define como uma solução única para enfrentar os desafios que apresenta atualmente o mercado de fixed income. “É uma carteira líquida, global e sem restrições que gere a duration e a exposição a crédito de uma forma flexível. Utiliza princípios de equilíbrio de risco para evitar depender de uma visão macro, assim como gerar uma rentabilidade consistente ao longo de um ciclo de investimento”, afirma a responsável da entidade nórdica para o mercado ibérico.

fundos alternativos Segundo Gonzalo Rengifo, diretor geral da Pictet AM para a Ibéria e América Latina, a economia permanece frágil e a política monetária está a esgotar os potenciais efeitos no crescimento, enquanto que no mercado de fixed income é muito difícil obter rentabilidades elevadas. “Mas investir em ativos de maior risco implica maior volatilidade do que o habitual, com maiores correlações impulsionadas pela política económica e riscos políticos. É necessária uma combinação apropriada de rentabilidade e risco numa carteira equilibrada tradicional, com uma gestão multiativos flexível. Trata-se de delegar as decisões táticas num gestor profissional capaz de aproveitar as oportunidades. Em concreto, o Pictet Multi Asset Global Opportunities aplica uma gestão muito ativa que permite proteger a carteira e/ou aproveitar oportunidades, com um controle de risco elevado e um objetivo de rentabilidade acima de 3% por ano e volatilidade de 5%”, afirma o responsável da gestora suíça.

fundos alternativos Para aqueles investidores que procuram uma solução flexível e um multiativo de baixo risco, assim como uma alternativa às obrigações, a proposta que apresenta Almudena Mendaza, responsável da Pioneer Investments para Portugal e Espanha, é o Pioneer Funds – Global Multi Asset Conservative. Tal como explica, neste caso estamos a falar de um produto que está desenhado para obter uma rentabilidade competitiva ajustada ao risco, com um orçamento de volatilidade conservador, entre 5% e 7%. “Trata-se da evolução diversificada internacionalmente de um fundo multiativos domiciliado em Itália, com 30 anos de trajetória, orientado para a Europa. É gerido por Francesco Sandrini”, revela Mendaza.

fundos alternativos “Em 2017 esperamos que o crescimento continue a ser lento e o panorama de incerteza política gere volatilidade nos mercados, pelo que será um verdadeiro desafio obter rentabilidades nos nossos investimentos”, assegura Carla Bergareche. Neste contexto, a diretora geral da Schroders para a Ibéria considera que são chave produtos baseados em estratégias flexíveis que nos permitam adaptar ao contexto em mudança e aceder às melhores oportunidades em todo o mundo, como os fundos multiativos. “O objetivo do Schroder ISF Global Multi-Asset Income consiste em proporcionar receitas regulares, atrativas e sustentáveis sem incrementar a exposição ao risco. Recolhe rendimentos de uma ampla gama de ativos, incluindo ações globais, obrigações com grau de investimento, obrigações high yield e dívida de mercados emergentes. Os gestores do fundo adotam um enfoque global e sem restrições ao determinar a alocação de ativos, com a finalidade de aproveitar as oportunidades de rendimento onde quer que se encontrem. A estratégia seguida consiste em conseguir uma regularidade e fiabilidade nos rendimentos, centrando-se em qualidade, procurando investimentos de ações e obrigações nas quais a rentabilidade é suportada por fundamentais sólidos”

Captura_de_ecra__2016-12-26__a_s_11 Infante, responsável da UBS AM para a Ibéria, considera que os UBS Strategy Funds são estratégias adequadas para enfrentar 2017, especialmente para os "investidores que querem tirar partido das oportunidades dos mercados financeiros globais, mas não têm muito tempo para a gestão dos investimentos". Infante destaca que dentro desta gama, os investidores pordem "escolher entre várias estratégias, selecionando aquela que melhor encaixa no seu perfil de risco" capitalizando na experiência dos especialistas da UBS AM.