Fundos multiativos arrecadam mais de 400 milhões de euros desde início do ano

Os fundos multiativos - ou vulgarmente designados de fundos de alocação - são produtos que cada vez mais preenchem as necessidades dos investidores. Recentemente, numa conversa no âmbito do projeto Insights Portugal, ficámos a perceber a perspetiva de quem seleciona ou gere estes fundos em Portugal.

Ao nível das captações em 2020 nesta tipologia de produtos, verifica-se que os fundos de cariz mais cauteloso são os que mais entradas de dinheiro receberam no ano, tipologia que alterna também com os de cariz mais moderado. Os dados da Morningstar de final de outubro, mostram que os fundos de alocação captaram mais de 468 milhões de euros, e quase 1/3 desse montante foi arrecadado por um fundo da Caixa Gestão de Ativos. Trata-se do Caixa Seleção Global Moderado, fundo com Selo FundsPeople 2020 pela classificação de Blockbuster, que assistiu a entradas de 126 milhões de euros. Um fundo da mesma gama e também com a mesma classificação do Selo FundsPeople, o Caixa Seleção Global Defensivo, seguiu no ranking das entradas líquidas, com 77 milhões de euros.

De destacar também a presença dos PPR/OICVM neste ranking de entradas líquidas, exemplo do qual é o fundo também da Caixa GA Caixa Moderado PPR/OICVM, cujas captações ascenderam a 61,1 milhões de euros desde o início do ano. Carlos Pinto, da Optimize IP, referia no mesmo encontro promovida pela FundsPeople recentemente que acreditava “que os multiativos vão continuar a crescer, mas os PPR pela sua componente fiscal terão um boost acrescido”.

Fundos multiativos que mais captaram em 2020

Quando se tem em conta o património dos fundos no final do ano passado, os produtos que mais captaram são outros, mas a Caixa Gestão de Ativos continua a ser protagonista, precisamente com dois fundos PPR/OICVM. O Caixa Moderado PPR/OICVM conseguiu mesmo uma captação ponderada pelo património de 1,87%, correspondente a 61,1 milhões de euros, face ao património de 32,6 milhões de euros de final do ano passado.

Pela sua relativa juventude no mercado, destaque também para o Sixty Degrees PPR/OICVM Flexível, que face ao património de final de 2019 conseguiu captações ponderadas pelo património de 1,04% nos primeiros 10 meses do ano. No Insights  Portugal, Nuno Pereira, da entidade, explica que na base dos investimentos que fazem estão sempre vários pontos que têm de cuidar: “liquidez diária e escalabilidade”.

Captações ponderadas pelo património de final de 2019 dos fundos multiativos