As incertezas relacionadas com o futuro da política monetária fizeram com que categoria dos fundos de obrigações, estrela em 2012, registassem em dois dos primeiros três meses do ano resgates líquidos.
O desempenho da indústria de fundos, no fecho do primeiro trimestre do ano, reflectiu, em boa medida, os movimentos ocorridos no período. Assim, a incerteza relativamente ao futuro da política monetária que acabou por aumentar a preferência por activos de curto prazo relativamente a longo prazo, influenciou o desempenho dos Fundos de Renda Fixa Índices. Estes registaram um recuo de 0,91% em Março e 0,85 no ano, face ao retorno, igualmente negativo, do índice de referência IMA-B, com-1,88% em Março e -2,22% no acumulado do ano.
Embora a volatilidade dos Fundos Renda Fixa Índices não tenha apresentado um aumento significativo comparativamente aos períodos anteriores, a relação risco-retorno desses fundos em Março teve um comportamento atípico. “Diante do aumento da incerteza e da abertura de taxas, sobretudo nos vértices mais longos, as carteiras com maior ‘duration’ e, consequentemente, com maior volatilidade, foram justamente as que registaram as rentabilidades mais baixas. Já as carteiras com menor exposição ao risco e, ao que tudo indica, com menor ‘duration’, apresentaram os maiores retornos. Tal comportamento parece reflectir o que se observou no mercado de renda fixa e, em especial, no mercado de títulos públicos”, explicou Antônio Filgueira no Panorama Anbima de Abril.
Os resgates líquidos observados na categoria Renda Fixa, em Março, atingiram os 982 milhões de reais e na sub-categoria Renda Fixa Índices os 3.824 milhões de reais. Portanto, os resultados negativos desta categoria de fundos, principalmente, nos últimos dois meses, coincidindo com a queda de retorno após o bom desempenho registado em 2012, revelam a elevada aversão ao risco e a preferência pela liquidez de curto prazo que ainda determinam o comportamento do investidor brasileiro.