A gestão de ativos em 2020 andou a duas velocidades. Contudo, o balanço foi muito positivo para um ano de pandemia. Se por um lado o valor da gestão individual de ativos diminuiu, por outro, a gestão coletiva aumentou o valor administrado. Facto relevado positivamente pela presidente da CMVM, Gabriela Figueiredo Dias, e que também no Relatório sobre os Mercados de Valores Mobiliários – 2020, da CMVM, é agora destacado.
O agregado dos dois braços da gestão de ativos nacional totalizou então 74,3 mil milhões de euros em 2020. Trata-se de uma quebra de 13,4% face ao período homólogo, e que o regulador diz que estará “relacionada com a transferência de montantes consideráveis de carteiras de gestão individual de um operador para a esfera seguradora”. Uma transferência que lhe demos conta em maio de 2020, e que provocou movimentações no ranking da gestão de patrimónios, por essa altura.
Montantes sob gestão - evolução e detalhe em 2020
A gestão coletiva foi, de facto, a vencedora de 2020. O seu peso aumentou 7 p.p e, pela primeira vez desde 2008, “representou mais de 1/3 do total da gestão de ativos”, o correspondente a 25,5 mil milhões de euros.
As conta das CMVM apontam para um crescimento de 5,9% dos montantes investidos na gestão coletiva. Os OICVM foram o principal motor, e cresceram 13,6% no ano. Os FII, por sua vez, avançaram 4,3%, enquanto que os FTC registaram uma diminuição dos montantes geridos de 9,5%.
Como já referido, a gestão individual de ativos contraiu no período. Nesse sentido, a CMVM aponta um decréscimo de 21,7% nos ativos, tendo esta fechado 2020 a representar 62,7% do total do negócio.