2022 ficou marcado por um decréscimo no montante gerido pela gestão individual de ativos, reporta a CMVM. Contudo, o valor médio das carteiras manteve-se inalterado.
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Como é habitual por esta altura, a CMVM passa em revista a fotografia do ano transato no que toca aos valores mobiliários em Portugal. Posto isto, que cenário apresentaram a gestão individual e coletiva de ativos, especialmente comparando com anos anteriores? Esta é um dos temas sobre os quais se debruça o relatório sobre os mercados de valores mobiliários de 2022.
Como sabido, em 2022, os valores geridos pela gestão coletiva (fundos de investimento) caíram, no caso 5,4%, o que o regulador justifica com as "subscrições líquidas negativas de 333 milhões de euros em 2022 e, noutra parte, devido a "efeito preço adverso". A queda da gestão individual de ativos (-12,8%), por seu lado, é justificada pelo regulador por duas vias. Por um lado, apontam o "efeito preço adverso"; por outro, indicam a "perda de mandatos de gestão outrora conferidos por investidores profissionais às entidades gestoras, os quais tinham subjacente um elevado valor gerido, bem como de operações de deslocalização de gestão, levando a que os valores geridos por este segmento da gestão de ativos se situem próximos daqueles que vigoravam no final de 2005", como visível na figura abaixo:
Apesar deste decréscimo, o regulador indica que o peso da gestão individual de carteiras (no conjunto da gestão de ativos) "continua a ser superior em Portugal face à média europeia". Em termos mais genéricos, a relevância dilui-se. "No contexto global e uma vez comparada a relevância da gestão de ativos no PIB, Portugal apresenta indicadores menos favoráveis. Com efeito, enquanto a gestão de ativos na Europa ascendeu a cerca de 171% do respetivo PIB agregado, em Portugal esse rácio foi de apenas 34% em 2022", diz a CMVM.
Gestão individual: cinco operadores, quase 80% do mercado
Ainda no âmbito da gestão individual de carteiras, vulgarmente conhecida por gestão de patrimónios, também há detalhes a apontar quanto à constituição do mercado. Com menos dois intermediários financeiros a operar neste mercado no final de 2022, "as gestoras de fundos e as empresas de investimento, no seu conjunto, administravam 80,5% do total da gestão individual de carteiras". Os cinco principais operadores deste mercado no final de 2022, contabiliza ainda o regulador", representavam 78,1% do total administrado (79,1% em 2021)".
Valor médio das carteiras nos 3 milhões
Focando nos portefólios geridos, pouco muda face a um ano antes. A instituição explica que o valor médio das carteiras geridas em 2022, cerca de 3 milhões de euros, "manteve-se relativamente estável face ao período homólogo". Uma constância que, escrevem, "resultou da conjugação entre a queda dos valores geridos e do número de carteiras (10.841 no final de 2022, um decréscimo de 1.439 face ao ano anterior).