Num mercado que cresceu 17,75% em termos de ativos sob gestão entre dezembro de 2019 e janeiro de 2019, os fundos mobiliários que são parte deste total de ativos cresceram 38% no mesmo período.
Os fundos de investimento são uma importante ferramenta de alocação por parte dos gestores de fundos mobiliários portugueses. Muito concentrados, tipicamente, em fundos multiativos, onde o verdadeiro valor advém de uma adequada distribuição do risco por classes de ativos distintas, o recurso a gestão de terceiros procura também adicionar valor com expertise que as casas de investimento não possuem in-house.
Efetivamente, dos 13,2 mil milhões de euros que configuram o mercado português de fundos mobiliários, cerca de 4,2 mil milhões de euros estão alocados a fundos de investimento - 95% desse valor a fundos estrangeiros e cerca de 5% a fundos nacionais. Isto com dados de janeiro de 2020.
E como comparam estes números com o ano passado? Positivamente. Num mercado que cresceu 17,75% em termos de ativos entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, os fundos mobiliários que são parte deste total de ativos cresceram 38% no mesmo período. Ou seja, passaram de representar 27% do total de AuM para cerca de 32%.
Não obstante este crescimento significativo, o panorama a nível das entidades gestoras que mais alocam a este veículo de investimento manteve-se inalterado. Entre as casas nacionais, aquela que mais ativos em absoluto tem aplicados em fundos de investimento de terceiros é a Caixa Gestão de Ativos, que detém mais de 1.400 milhões de euros nestes instrumentos. Seguem-se a Santander AM com 1.290 milhões de euros e a IM Gestão de Ativos, com 838,1 milhões.

Porém, em termos do peso dos fundos nacionais no total dos ativos sob gestão das entidades, os intervenientes mais preponderantes são outros. A Optimize Investment Partners destaca-se por ser a única que atinge os dois dígitos nesta ponderação. Os instrumentos de gestão de terceiros pesam um total de 10,63% nos seus AuM, o que representa um ligeiro decréscimo face a dezembro de 2018 (12,08%), mas que em nada prejudica o lugar de topo da entidade nesta métrica.
Já nos instrumentos domiciliados além-fronteiras, são a Popular Gestão de Ativos e a Santander AM, ambas parte do grupo Santander, que maior peso tem de fundos de investimento estrangeiros nos seus próprios fundos mobiliários (75,24% e 54,06%, respetivamente), seguida da Optimize IP com 50% dos ativos sob gestão. Também aqui o cenário verificado é similar ao do último mês de 2018, com o mesmo grupo de entidades a figurar no topo daquelas cujos veículos de investimento de terceiros mais pesa no seu património.
