O dólar norte-americano domina o mercado global de obrigações. Isto é particularmente evidente no mercado de obrigações corporativas. Desde o ano 2000, a dívida corporativa global com grau de investimento mais que quadruplicou, alcançando o equivalente a mais de oito biliões de dólares. As obrigações denominadas em dólares representam uma parte considerável, com cerca de cinco biliões de dólares, e podem expandir-se a maior velocidade que o mercado de obrigações em geral. Isto aplica-se para todos os segmentos, não apenas para as obrigações soberanas mas também para aqueles com grau de investimento e corporativos high yield, assim como para obrigações soberanas e corporativas de mercados emergentes denominados em dólares.
Cada uma das categorias de obrigações em dólares reflete-se nos índices correspondentes. Mas, como podem os investidores encontrar o caminho através de um mercado tão grande e diversificado, tendo em conta que as diferentes expectativas dos investidores são uma complicação adicional? (Alguns investidores podem querer receber distribuições de maneira regular, outros podem querer obter rendimentos assumindo alguns riscos e outros podem querer um complemento que seja encaixado numa carteira já existente). Segundo um relatório da Passive Insights publicado pelo Deutsche AM, para selecionar os índices mais apropriados é necessário um enfoque sistemático.
Neste sentido, a gestora defende um modelo de análise baseado em cinco parâmetros que permita aos investidores encontrar os índices correspondentes que coincidam com os seus requisitos específicos.
- Sensibilidade às taxas de juro: refere-se até que ponto um índice reage a alterações das taxas de juro. O indicador mais importante é a duração, que encapsula a sensibilidade ao preço da obrigação em relação com as mudanças nas taxas. No entanto, particularmente para obrigações e índices com maiores riscos, ter em conta apenas a duração não é suficiente. Os fatores quantitativos e a tendência da curva de taxas de juro devem ser igualmente tidos em conta.
- Risco de crédito: o problema mais importante é como o índice reage ao aumento do risco no mercado. Para encontrar um denominador comum para a análise dos diversos segmentos nesta classe de ativos, é necessária a avaliação de uma variedade de valores importantes. Existe o risco de incumprimento, baseado em classificações. No entanto, as flutuações na margem de crédito também são importantes.
- Valorizações: este foco refere-se aos investidores compensados por assumir o risco do crédito num índice particular, ou seja, o atrativo do índice em comparação com outros segmentos. A valorização baseia-se numa perspetiva transversal, ou seja, segmento contra segmento num ponto particular no tempo.
- Liquidez do mercado: um segmento de mercado ser visto como atrativo não é suficiente: deve estar apto para investir. Este aspeto é especialmente importante para os investidores institucionais. Por exemplo, a proporção de obrigações num índice que tem um rating por baixo de um grau de investimento é tida em consideração. O tamanho do mercado refletido no índice também dá indícios de quão representativa e estável é a estratégia de investimento.
- Contribuição à diversificação: este parâmetro é importante para os investidores que têm amplos investimentos em dólares e desejam beneficiar da diversificação dos riscos com a finalidade de reduzir o impacto da volatilidade nos rendimentos globais. Um indicador que é tido em conta é a correlação entre o prémio de risco (spread) e o mercado amplo de obrigações (o chamado agregado). Baseado na correlação média em comparação com outros índices em dólares, é possível avaliar quão bem encaixa o índice em cada carteira do ponto de vista de diversificação de risco.