O Índice de Confiança dos Consumidores é um inquérito mensal que mede o grau de otimismo que os consumidores têm em relação à economia em geral e também fornece uma imagem da situação económica atual das famílias. Por que é importante ter em consideração este indicador? Porque o consumo engloba os gastos das famílias em bens e serviços, com exceção das aquisições de novas habitações, que servem de catalisador para o crescimento económico.
Este indicador é realizado por diferentes agências dependendo do país ou da área. No nosso país, o índice é preparado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE); na zona euro é da função da Direção-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia; e nos EUA é feito pela Universidade de Michigan.
Como se calcula?
O indicador de confiança dos consumidores, divulgado mensalmente, resulta da média aritmética dos saldos de respostas extremas das seguintes questões:
- Na sua opinião, a situação financeira do seu lar (agregado familiar), nos últimos 12 meses: 1. Melhorou muito; 2. Melhorou um pouco; 3. Manteve-se; 4. Piorou um pouco; 5. Piorou muito; 6. Não sabe.
- Na sua opinião, a situação financeira do seu lar (agregado familiar), nos próximos 12 meses irá: 1. Melhorar muito; 2. Melhorar um pouco; 3. Manter-se; 4. Piorar um pouco; 5. Piorar muito; 6. Não sabe;
- Na sua opinião, a situação económica geral do país, nos próximos 12 meses irá: 1. Melhorar muito; 2. Melhorar um pouco; 3. Manter-se; 4. Piorar um pouco; 5. Piorar muito; 6. Não sabe
- Espera gastar mais ou menos dinheiro em compras importantes (como mobiliário, eletrodomésticos, computadores ou outros bens duradouros), nos próximos 12 meses: 1. Muito mais; 2. Um pouco mais; 3. O mesmo; 4. Um pouco menos; 5. Muito menos; 6. Não sabe.
Pessimismo dos consumidores aumenta, mas…
Segundo os últimos dados recolhidos, o sentimento dos consumidores está em mínimos. O Índice de Confiança dos Consumidores dos Estados Unidos elaborado pelo Conference Board caiu em julho para 95,7, contra 98,4 em junho. O índice produzido pela Universidade de Michigan está no seu mínimo histórico.
Este pessimismo reflete-se também deste lado do Atlântico. Na Alemanha, o índice de confiança dos consumidores da GfK após em junho já ter atingido os níveis mais baixos de toda a série histórica, iniciada em 1991, voltou a cair de -27,7 pontos em julho para -30,6 em agosto. As principais causas são bem conhecidas. A guerra e a inflação estão a afetar não só os investidores, mas também os consumidores. A nível europeu, os dados seguem o mesmo caminho. O Consumer Confidence Indicator (ESI) caiu em julho 3.0 pontos na UE e 3.2 pontos na zona euro.
… em Portugal diminui
Embora o tom quer na Europa, quer nos Estados Unidos seja de pessimismo, curiosamente, em Portugal o indicador de confiança dos Consumidores registou uma melhoria. Segundo o INE, “o indicador de confiança dos Consumidores aumentou em julho, após ter diminuído no mês anterior, mantendo-se num patamar relativamente estável desde a segunda queda mais intensa da série registada em março, só superada pela de abril de 2020 no início da pandemia”.
