Juro composto: Porque deve ser considerado nas decisões de investimento?

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Investir com êxito no longo prazo não é tão simples como parece. É importante ser disciplinado e, principalmente, paciente A J.P. Morgan Asset Management revelou recentemente as leis fundamentais que todo o investidor deve seguir na hora de construir as suas carteiras. Regras que se se seguir à risca, impulsionam as possibilidades de se ter sucesso a investir. Uma delas, considerar o efeito do juro composto. Mas o que representa? Neste artigo do Glossário FundsPeople explicamos.

O juro composto faz milagres. Conhecido como a oitava maravilha do mundo e assim batizado por Albert Einstein, o juro composto é tão poderoso que, mesmo omitindo alguns anos de poupança e crescimento de capital, pode marcar uma grande diferença na eventual reforma do investidor. Começar aos 25 anos e investir 5.000 euros ao ano num investimento que cresce anualmente 6% deixará o investidor com 400.000 euros mais do que se começasse aos 35, apesar de, na realidade, apenas ter investido 50.000 euros mais. 

De forma muito simples, o efeito do juro composto resulta do caráter exponencial que assume o crescimento do investimento se se reinvestir o juro recebido ou as mais-valias realizadas. É a diferença entre obter 10+10+10 num investimento de 100 ao longo de três anos (10% de juro simples não reinvestido) ou obter 10 e reinvestir esses 10 à mesma taxa, sucessivamente. Do primeiro resulta um ganho de 30 ao fim deste período. Do segundo, 33,1 (100 * 1.10^3). Quanto mais longo o período de investimento, mais o juro composto se revela como a 8ª maravilha que Einstein dizia. 100 em 10 anos num sistema de juro simples compararia com 159 no caso do juro composto. 200 em 20 anos no primeiro caso, 572 no segundo.

É um conceito básico de poupança e finanças pessoais que todos deveriam saber. Não é por acaso que Einstein dizia também que aquele que compreende o juro composto, recebe-o, o que não o compreende, paga-o. Da mesma forma que o juro composto beneficia o investidor no longo prazo, prejudica o aforrador em depósitos a taxa 0. Se assumirmos uma inflação média de 2% nos mesmos 20 anos, 100 euros no depósito valerão apenas 67 no final desse período.

“Precisamos de explicar que existe um custo de oportunidade ao manter uma quantidade excessiva de aforro em depósitos bancários que gerou rentabilidade negativa”, diziam recentemente da EFAMA numa análise comparativa aos retornos médios das diferentes classes de ativos ao longo dos últimos.

Como se define o juro composto

Juros compostos, em contabilidade e finanças, são os juros e rendimentos do capital que se vão acumulando a esse capital para produzir mais juros e rendimentos. Por outras palavras, reinvestem-se os juros em vez de realizar mais valias ou retirar esses juros do processo de investimento para efeitos de consumo. Desta forma, o capital inicial cresce em cada período somando os juros do período anterior. Assim , o dinheiro atua com um efeito multiplicador no qual os juros geram novos juros, aumentando a cada período ao contrário dos juros simples atuam sempre sobre o capital inicial.

Por que é importante entender o conceito

Global Financial Literacy Excellence indica os juros compostos como um dos conceitos básicos que a sociedade deve entender para tomar decisões de investimento consistentes, juntamente com outros termos como inflação, risco e diversificação. De acordo com os seus dados mais recentes, em todo o mundo, apenas um em cada três adultos possui alfabetização financeira, ou seja, conhece pelo menos três dos quatro conceitos financeiros.

Não entender o que é o juro do dinheiro significa não entender as implicações que o tempo tem nas nossas decisões. A paciência é uma grande aliada dos juros compostos e uma das chaves na hora de investir. Uma mentalidade de longo prazo ajudará a ver um aumento do capital investido. Se também adicionar contribuições periódicas, isto ajudará a aumentar o investimento exponencialmente num horizonte de tempo mais longo.