Tal como um investidor presta muita atenção ao preço de uma ação antes de a adquirir, é importante que se analise também o preço de um fundo antes de acrescentar um produto deste tipo à carteira. E esse preço no universo de fundos de investimento recebe o nome de valor da unidade de participação ou em inglês net asset value (NAV).
Antes de explicar como se calcula o valor da unidade de participação de um fundo, convém entender o que é uma participação, o que adquire um investidor quando investe num fundo.
Essas participações têm um valor determinado chamado valor da unidade de participação (NAV) e a evolução desse valor é o que determina a rentabilidade de um fundo.
Como se calcula o NAV?
A operação para calcular o NAV de um fundo é muito fácil. Calcula-se dividindo o património do fundo entre o número de participações em circulação nesse momento. Por isso, chama-se participantes aos investidores de fundos. O património calcula-se em função dos preços de mercado dos ativos e valores mobiliários que nessa data integram a carteira do fundo (e que na sua maioria são negociados em mercados secundários organizados), liquído de gastos e comissões”.
Este valor não é um cálculo que deva ser feito pelo participante de um fundo, mas pela gestora do produto que publica diariamente esse dado de todos os fundos que comercializam.
Por que é tão importante conhecê-lo?
Saber o preço de algo antes de comprar é sempre importante e os fundos não são uma exceção. Ao fim ao cabo, o valor da unidade de participação de um fundo não é só importante para saber o preço a que se adquire uma participação, mas também o preço a que se vende e, portanto, conhecer a rentabilidade que se está a obter com esse investimento.
Não obstante, é preciso ter em conta que o preço a que se materializa a operação de compra ou venda de um fundo pode ser diferente do que era no dia em que demos a ordem de compra ou venda. Pode ser o mesmo do dia em que se faz o pedido (que se publicará no dia seguinte) ou o do dia seguinte (que se publicará dois dias depois), conforme a hora a que foi realizado o pedido (hora de corte). Essa informação figura no folheto de cada fundo.
Além disso, é preciso ter em conta que para a publicação desse valor da unidade de participação é vital que é o mercado onde investe o fundo esteja aberto. Para este ponto, não se consideram dias úteis para efeitos da aplicação do valor da unidade de participação os dias em que não exista mercado para os ativos que representem mais de 5% do património do fundo.
Por exemplo, suponhamos que tenha um fundo de ações globais com 15% das ações nos Estados Unidos e quer vendê-lo a 4 de julho. Nesse dia, é feriado nos Estados Unidos e Wall Street está fechado, pelo que o valor da unidade de participação será calculado no dia seguinte útil.
O que influencia o cálculo do NAV?
Tendo em conta que o património desempenha um papel importante no cálculo do valor da unidade de participação podíamos pensar que os movimentos bruscos de fluxos (tanto subscrições como reembolsos) podiam afetar o NAV do fundo, mas não. A explicação é que as gestoras emitem ou cancelam participações atendendo a esses fluxos para que essas variações não impactem o valor da unidade de participação. O que tem impacto é o comportamento que têm no mercado as posições da carteira que compõem o fundo.