A equipa de Análises e Soluções de Carteira da BlackRock elaborou um Guia de Transição para fornecer aos investidores passos mais claros na hora de passar das promessas de zero emissões para a sua implementação.
Um dos maiores desafios que os investidores enfrentam atualmente é como implementar as suas promessas de zero emissões. Combinar ambição com investimento é uma tarefa complexa que requer os dados e tecnologia adequados, bem como tempo e recursos consideráveis. Em resposta a este desafio, a equipa de Análises e Soluções de Carteira da BlackRock elaborou um Guia de Transição. O seu objetivo é fornecer aos investidores passos mais claros na hora de passar das promessas de zero emissões, para a sua implementação.
“O que ouvimos frequentemente dos nossos clientes é que querem ter em conta a transição climática nas suas carteiras. Mas é difícil saber por onde começar”, revela Ursula Marchioni. Segundo a diretora de Análises e Soluções de Carteira da empresa norte-americana, os clientes têm o objetivo comum de alcançar o nível de zero emissões em 2050, mas a forma de concretizar esse caminho diferirá nas distintas carteiras.
“Há muita informação sobre investimento sustentável e os investidores precisam de se focar no que se adequa às suas práticas de construção de carteiras. Têm que identificar os parâmetros, as estratégias e os veículos de implementação mais relevantes. Tudo isto pode ser avassalador”. Na sua opinião, este guia de transição dá aos investidores o ponto de partida que necessitam. “Ajuda-os a reduzir o ruído, focando-se em soluções práticas para construir as suas carteiras de forma a navegarem no caminho para as zero emissões”. O guia de transição aborda três passos que os investidores podem dar já hoje.
Passo 1: Definir o objetivo e avaliar a carteira em relação ao mesmo
Isto é, escolher o enquadramento, a abordagem e a métrica que os clientes consideram mais adequados para a sua carteira e para os seus objetivos e processos de investimento. “Por exemplo, utilizando a métrica de alinhamento da temperatura da carteira, os investidores podem calcular o alinhamento da temperatura atual das suas carteiras, bem como estabelecer um objetivo de temperatura a longo prazo para o qual desejam trabalhar. Um exemplo seria o objetivo de 1,5 graus para 2040”, explicam.
Passo 2: Elaborar uma estratégia de transação
Há muitas maneiras de um investidor trabalhar para alcançar os seus objetivos de emissões líquidas neutras. Uma delas consiste em atribuir estratégias sustentáveis. “Para este passo, os clientes precisam de saber que estratégias sustentáveis podem ajudá-los a melhorar a sua métrica climática desejada e como as atribuições a estes produtos podem afetar as carteiras”, indicam.
Outra forma seria criar uma nova alocação estratégica de ativos para melhorar a métrica climática e cumprir qualquer outro objetivo da carteira, e depois pensar numa estratégia de transição para passar da carteira atual para a nova. “Isto pode ser parcialmente alcançado através do aproveitamento das hipóteses do mercado de capitais que têm em consideração o clima”.
Passo 3: Implementar e monitorizar
Os investidores podem, então, implementar as mudanças com estratégias de índices sustentáveis, de fatores ou de procura alfa. “Neste sentido, a seleção do alfa como veículo de implementação levará o cliente a avaliar e monitorizar as seguintes facetas: o potencial para reduzir as emissões e gerar alfa; a oportunidade de adotar uma abordagem temática, como a sobreponderação das empresas que contribuem para a economia circular ou para a transição energética através de energias renováveis (no caso das estratégias long only); e, nos mercados privados, a capacidade de aceder a projetos e tecnologias de nicho”.