Nuno Pereira, que foi em tempos gestor de um fundo high yield, mostra-se de acordo com um dos pontos relevados por Paulo Pacheco. “Acredito que o espaço tem algo para oferecer, mas há que ser bastante seletivo”, diz, acrescentando que vê nas ações um potencial upside muito maior.
No entanto, relembra que “há momentos específicos em que o high yield remunera os investidores de forma muito rápida. Se a confiança ou a perceção muda, esta classe de ativos movimenta-se muito rápido. A mudança de perceção primeiro reflete-se na parte da dívida na estrutura de capital. Só depois, nas ações”, explica, relembrando, contudo, que muitos dos emitentes do segmento nem sequer têm ações cotadas.
Com isto em mente, no entanto, Nuno Pereira prefere ações. “As empresas que geriram bem o ambiente de baixas taxas de juro são aquelas que, no final do ciclo, não estão muito alavancadas. Não são high yield. As que estão muito alavancadas são aquelas que estão agora a enfrentar problemas no seu dia a dia. E nestas empresas não queremos investir, nem nas ações, nem em dívida”, afirma. Para o profissional, “se temos uma ideia de para onde o mundo se está a mover, o top line vai-se materializar em bottom line e esse vai ser o grande multiplicador de valor das ações”.
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