O grupo chileno está preparado para constituir uma plataforma luxemburguesa que lhe permita distribuir fundos em formato UCITS de boutiques de sucesso na região. O primeiro passo é levar vários gestores brasileiros.
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O grupo HMC Capital de Chile está a ultimar o lançamento de uma gestora de fundos com sede no Luxemburgo para estruturar e distribuir fundos de gestores latino-americanos em formato UCITS. O objetivo é facilitar o acesso dos seus clientes institucionais a estratégias de nicho, mas também a gestores do tipo boutique com produtos diferenciados e track record comprovado.
Numa primeira fase, a entidade espera lançar estratégias de small caps, value e macro, todas centradas no mercado brasileiro. "As estratégias têm todas um track record importante e estão muito afastadas do benchmark", destaca Ricardo Morales, sócio fundador da HMC Capital.
O objetivo da empresa é ter a estrutura a funcionar no primeiro trimestre de 2014. O plano de negócios já está feito e foi desenvolvido em conjunto com uma empresa de private equity. Também já existe uma lista de gestores pré-selecionados. "Este é o nosso projeto estrela para 2014", resume Morales.
"Estamos convencidos de que há uma procura importante por produtos latino-americanos que não está a ser explorada correctamente com a oferta que existe atualmente, que é muito direcionada para empresas grandes e para produtos muito indexados. Para esse tipo de exposição é melhor optar por um ETF. Acreditamos na gestão ativa através de profissionais locais. Há gestores locais com produtos locais que obtiveram resultados extraordinários. É isso precisamente o que queremos oferecer no estrangeiro", acrescenta o sócio da HMC Capital.
O foco inicial centra-se em gestores brasileiros. "É onde está a fonte de talento mais importante na região, com mais de 300 gestoras independentes e com um mercado com um património superior ao trilião de dólares. É o sítio certo para começar", afirma Morales. Algumas das gestores brasileiras com as quais a empresa já trabalha são a BRZ Investimentos, a Jardim Botânico Investimento e a MSquare.
Percurso no Brasil
No Brasil, a sua aliança estratégica com a Itajubá Investimentos evoluiu até se transformar numa nova entidade denominada de HMC Itajubá, que se dedica ao processo de levantamento de capital para gestoras internacionais de investimento alternativo e tradicionais. Além disso, funciona como porta aberta para os gestores brasileiros em relação ao mercado externo. "Esta operação deu-nos acesso ao mercado brasileiro e permitiu-nos ter licença para operar no país", explica Morales.
A HMC Capital, que já completou quatro anos de vida, e tem escritórios no Chile, na Colômbia, no Perú e no Brasil, já desenvolveu relações com gestores locais que agora quer explorar para o novo projeto do Luxemburgo. "Apoiamos as empresas latino-americanas nos seus planos de expansão internacional", afirma Morales.
A intenção da empresa é lançar veículos UCITS porque é o tipo de produto mais utilizado pelos investidores institucionais. A HMC Capital é uma das empresas independentes de maior crescimento nos últimos anos no sector. Com apenas 5 pessoas em 2009, hoje a equipa é constituída por cerca de 40 profissionais e a empresa prevê que o crescimento seja para continuar.
Boas perspetivas no Private equity
O seu segmento é institucional e têm três linhas principais de negócio: a distribuição de fundos internacionais (com um património distribuído de mais de 2.500 milhões de dólares na região), a colocação de produtos de investimento alternativo e os serviços de asset management (através da gestora de fundos chilena, Nevasa HMC), nos quais costumam delegar a gestão a terceiros especializados.
Entre as gestoras internacionais que representam estão a BlueBay, a Matthews Asia, a GLG, a East Capital e a Neuberger Berman. “O nosso enfoque é junto de entidades boutique, dedicadas a regiões específicas. O mercado chileno é muito competitivo. Tem que se entrar com um produto especializado e com valor", assinala Morales.
No private equity, em 2013, conseguiram colocar 450 milhões de dólares na região, em veículos internacionais especializados de entidades como a CVC, a CD&R, a Kandeo e a Polo Capital. "No mercado chileno alcançámos uma quota de mercado de 70% de ativos colocados em private equity nas gestoras de Fundos de Pensões em 2012, através das colocações das empresas Coller Capital ou Pantheon", destaca Morales.
Na Colombia, estabeleceram uma joint venture para a distribuição de fundos internacionais com a entidade local Ultrabursátiles. A empresa foi fundada por Felipe Held e Ricardo Morales, que anteriormente estavam no LarrainVial. Posteriormente, foram contratados como sócios Marcela Caldera que vinha da Celfin Capital e, mais recentemente, Fernando Araya (ex CEO do Rabobank no Chile) e Claudio Guglielmetti (ex sócio e gerente comercial da Larrain Vial).