A empresa britânica Landseer AM é o projeto pessoal de dois veteranos do mundo dos hedge funds UCITS. Com décadas de experiência, Roger Guy e Paul Graham lançaram, em 2009, o primeiro fundo alternativo UCITS da Gartmore (adquirida pela Henderson em 2011). Com Roger como cogestor estrela e Paul como responsável do negócio de hedge funds da Gartmore, o mítico European Absolute Return Fund tornou-se um dos fundos emblemáticos da gestora, entre outras estratégias de primeiro quartil.
Em 2020, Roger e Paul lançaram, juntamente com Andy Billett, outro veterano do mundo hedge fund, a Landseer AM e os seus fundos de ações europeias long/short. Atualmente, a empresa procura ampliar a sua gama em empresas de pequena capitalização. Para isso, contrataram o veterano Jamie Carter, especialista em ações europeias small cap, com mais de 20 anos de experiência no segmento, para trazer o seu novo fundo UCITS de European Equity L/S Smaller Companies. A Landseer vai utilizar, para o seu impulso em UCITS, a plataforma da International Asset Management (IAM).
A filosofia small caps de Jamie Carter
Há 25 anos que Jamie Carter investe profissionalmente no segmento das small caps. Começou a sua carreira na JO Hambro e trabalhou com Stuart Mitchell desde a fundação da sua empresa, SW Mitchell, onde juntos lançaram, em outubro de 2007, uma estratégia L/S Small Caps, o SWMC Small Cap European Fund. Embora Carter tenha começado por cobrir o mercado americano, também precisava de ter em conta o que as empresas de pequena capitalização europeias estavam a fazer. “Cada vez que voltava para a Europa, ficava surpreendido com o facto de a grande maioria não ter um analista a cobri-las. E havia empresas boas, más e normais”, recorda.
Depois da sua passagem pela Chilton, Carter encontrou, através da Landseer e da IAM, uma nova plataforma com a qual podia continuar a crescer. “Para mim, trabalhar com veteranos como Roger e Paul é um privilégio”, reconhece o gestor. “São gestores que já geriram hedge funds de 30.000 milhões. Com os 2.000 milhões que captaram na Landseer AM, agora, o seu objetivo não é criar um novo império, mas sim reunir uma equipa de mentes interessantes”, explica.
Stock picking com gestão de risco
E como se encaixa Carter na dupla Graham-Guy? “Tivemos uma conversa bastante sincera quando estávamos a debater o novo projeto”, conta o gestor. “A geração de alfa é o meu forte, mas reconheço que havia espaço para melhorar a gestão do risco”. E isto é precisamente o que a Lanseer AM oferece a Carter. “Roger Guy construiu o seu sucesso no mundo hedge fund com uma filosofia baseada em ganhar sem perder dinheiro”, explica.
“A dificuldade em small caps não é gerar o alfa. Em cada 10 anos, quatro são muito bons. O objetivo é não perder 50% da rentabilidade nos seis restantes”, aponta Carter. E para ele, faz falta um sistema sólido de gestão de risco. Não significa que vão mudar o estilo de Carter para um market neutral. “Trata-se de, nos anos de queda, em vez de cedermos 50%, perdermos apenas 5%”, afirma.
Ou seja, construir um fundo sólido para resistir bem ao longo de um ciclo de mercado. Manter a essência do stock picking de Carter, mas adicionar um sistema de gestão dos drawdowns.
Estratégia de European Small Caps
O fundo é uma continuação do que Jamie Carter tem feito, especialmente nos últimos 15 anos, comenta Marivi Lorente, managing partner na IAM, proporcionando um sólido componente de alfa, mas com um controlo estrito das quedas e uma exposição líquida média de 10%, embora tenha oscilado dinamicamente entre −30% e 40%. Neste contexto, a carteira de compounders e empresas mal entendidas proporciona a base para o investimento em empresas com uma capitalização de entre 200 milhões e 5.000 milhões numa variedade de setores e países. Nesta nova trajetória, Jamie conta ainda com a equipa da Landseer para a geração de novas ideias e um maior controlo da carteira.