Segundo um estudo da Corum Investments Portugal em conjunto com a BA&N Research Unit, em depósitos estão aplicados perto de 60%, com os restantes 15,5% a estarem em produtos de poupança do Estado (certificados do Tesouro e certificados de Aforro).
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A Corum Investments Portugal, em conjunto com a BA&N Research Unit, divulgaram recentemente o estudo intitulado Poupança das famílias em tempos de inflação, que explora o impacto da inflação na poupança das famílias portuguesas.
Segundo o estudo, apesar da baixa remuneração, os portugueses continuam a preferir sobretudo os depósitos para alocar as suas poupanças cada vez mais reduzidas. Devido à “inércia na gestão financeira das famílias, ao baixo nível de literacia financeira e à crónica aversão aos ativos de risco”, os depósitos bancários aumentaram mais em 2022 do que estão a diminuir este ano em consequência da fuga para os certificados de aforro.
Recentemente, a tendência na indústria de gestão de ativos tem sido de diminuição, com as carteiras de alguns veículos de gestão de património (fundos de investimento mobiliário, fundos de investimento imobiliário, fundos de pensões) a perderem mais de 8 mil milhões de euros em 2022, “devido sobretudo à desvalorização dos ativos”. Nos primeiros seis meses de 2023, mesmo com o desempenho positivo dos mercados, “o stock de capital aplicado na gestão de ativos baixou 1,3 mil milhões de euros”.
Peso da gestão de ativos abaixo de 25%
De facto, e tendo em conta o destino das poupanças dos portugueses, “a indústria da gestão de ativos tem um peso inferior a 25%”. Em depósitos estão aplicados perto de 60%, com os restantes 15,5% em produtos de poupança do Estado (certificados do tesouro e certificados de aforro).
Segundo o estudo, em junho, os portugueses tinham 175 mil milhões de euros em depósitos bancários, 45,5 mil milhões em produtos de aforro do Estado e 72 mil milhões de euros em veículos de gestão de ativos. “Mais de 75% deste total (pelo menos 220 mil milhões de euros) estão a ser remunerados abaixo da inflação”.
No que diz respeito aos fluxos da aplicação das poupanças em 2023, é bastante visível uma redução de depósitos “que colocou fim a uma série prolongada de anos com variações positivas”. Os particulares retiraram 7,5 mil milhões de euros das contas dos bancos na primeira metade do ano, tendo as aplicações em produtos do Estado superado os 10 mil milhões de euros.
“As subscrições líquidas de fundos de investimento mobiliário totalizaram apenas 239 milhões nos primeiros seis meses do ano, revertendo a tendência de retirada de dinheiro de 2022, mas muito longe das subscrições realizadas nos três anos anteriores”, afirmam.
Dados do BCE confirmam o pouco interesse dos portugueses em aplicarem as poupanças em fundos de investimento. “Por cada 5 euros que os residentes em Portugal colocam em depósitos, destinam apenas um euro para fundos de investimento”. Este é o sétimo rácio mais baixo de todos os países da zona euro. Em países como a Alemanha e Países Baixos, o montante aplicado em fundos é superior ao valor em depósitos bancários.
Os dados do Banco Central Europeu também mostram que o peso dos fundos de ações no total dos fundos é de apenas 12,3%, o nível mais reduzido de todos os países da zona euro, cuja média é de cerca de 32,8%.