Os responsáveis europeus da indústria de fundos de investimento reconhecem que a grande quantidade de regulação que está a ser preparada visa nomeadamente uma maior protecção dos investidores, mas mostram preocupação com os efeitos que pode ter no sector
Em Viena, a assembleia geral da EFAMA (Associação Europeia de Gestão de Fundos e Activos), presidida por Claude Kremer, teve como foco a discussão sobre “onda de incitativas regulatórias sem precedentes que afectam a indústria de gestão de activos, vinda tanto de um nível comunitário como doméstico e ainda de outras partes do mundo”, como por exemplo a Volcker Rule (Estados Unidos), referiu a associação em comunicado.
Nesse âmbito, os participantes consideraram “que esta ‘asfixiante’ quantidade de regulação precisa de ser transmitida através de significativo debate de grande qualidade” e expressaram preocupação que esta tenha como alvo “problemas que contribuíram para a anterior crise financeira, em vez de melhorar o cenário para o investidor para o futuro”.
Os participantes consideram ainda que “o ritmo e a natureza da alteração regulatória poderá levar a alguma concentração forçada dentro da indústria, por se tornar mais difícil para pequenos gestores de activos sobreviver e prosperar, o que, em último caso, retira uma genuína escolha no mercado para os investidores e prejudica a inovação e a diversidade”, refere ainda o comunicado.
Em geral, a indústria reconhece que muitas das alterações regulatórias destinam-se a “proporcionar uma monitorização mais eficiente do risco sistémico e melhor protecção dos investidores”. No entanto, apesar de “não considerar as gestoras de activos um elemento chave de risco sistémico”, a EFAMA salienta que a protecção do investidor “está no cerne da sua política e agenda”.