De acordo com os dados disponíveis, no final de 2024, os fundos mobiliários geridos por entidades nacionais — incluindo aqueles domiciliados no estrangeiro, mas geridos a partir de Portugal — totalizavam aproximadamente 25.495 milhões de euros em ativos sob gestão. Deste montante, 6.859 milhões de euros estavam alocados a fundos mobiliários ou Exchange-Traded Funds (ETF), refletindo um aumento de 770 milhões de euros face ao ano anterior. Um crescimento que sublinha o interesse contínuo dos gestores por este tipo de veículos de investimento para gerir a alocação das suas carteiras. Em termos relativos, a exposição a fundos mobiliários e ETF manteve-se estável face ao ano passado, em 27% do total, evidenciando uma alocação consistente.

Dentro desse segmento, os fundos mobiliários continuam a ser a principal escolha, representando 60% da alocação, o que equivale a 4.266 milhões de euros. Este valor traduz um crescimento de 522 milhões de euros face a 2023. Por outro lado, os ETF correspondem a 40% do total, somando 2.443 milhões de euros. Esta distribuição reflete um equilíbrio entre a gestão ativa, tradicionalmente associada aos fundos mobiliários, e a crescente adoção de instrumentos de gestão passiva, como são os ETF na sua maioria.

Indo ao detalhe, a FundsPeople analisou as carteiras dos fundos mobiliários nacionais, identificando os fundos e ETF que mais atraem o interesse dos gestores portugueses. Foram considerados todos os fundos com ADN nacional, domiciliados em Portugal, Luxemburgo ou Irlanda, totalizando 225 carteiras.

Os fundos favoritos

Os 50 fundos mobiliários mais investidos pelos fundos mobiliários nacionais, de um universo de 581 fundos e ETF, agregam um montante superior a 4.220 milhões de euros, como ilustrado na tabela seguinte. Representam, assim, 62% do total investido em fundos e ETF pelas carteiras dos fundos mobiliários nacionais. Já os três produtos com maior investimento somam 842 milhões de euros, ou seja, cerca de 12% do montante total investido.

O ETF Xtrackers II US Treasuries UCITS, da Xtrackers, é o produto com o maior montante investido por uma gestora nacional. A Caixa Gestão de Ativos aloca mais de 326 milhões de euros nesse produto. No ano anterior, este já tinha sido o fundo com maior volume investido, superando os 400 milhões de euros.

O Santander Select Income, da Santander AM, mantém-se como o segundo fundo de investimento com maior montante alocado, neste caso, diretamente pela própria gestora, com cerca de 289 milhões de euros. Tal acontece porque é o fundo internacional que alimenta o feeder de domicilio nacional Santander Rendimento.

Em terceiro lugar, destaca-se outro produto de gestão passiva, o iShares Core € Govt Bond UCITS ETF, da iShares. Neste caso, duas gestoras nacionais — Caixa Gestão de Ativos e Montepio Gestão de Activos — investem, conjuntamente, um total de 227 milhões de euros.

No panorama nacional, o IMGA Money Market, da IMGA, é o fundo com domicílio português com mais montante investido, através do seu papel como veículo de gestão de liquidez dentro dos próprios fundos da IMGA. Plea mesma lógica, outros fundos que integram esta lista devido às posições detidas por fundos da própria entidade gestora incluem o Caixagest Obrigações, da Caixa Gestão de Ativos e o CaixaBank Global Investment Alternative Fund Iberian Equity Long Short, da BPI Gestão de Ativos, entre os outros fundos de ADN nacional contemplados nesta lista.

Os 50 fundos mais investidos pelos fundos mobiliários nacionais

As gestoras que mais captam investimento local

No que toca às gestoras que mais investimento captam por parte das entidades locais, a iShares destaca-se de forma expressiva. A marca de ETF da BlackRock arrecada cerca de 1.097 milhões de euros, distribuídos por 106 ETF distintos.

A Amundi e a Xtrackers também figuram no topo deste ranking, com 762 milhões e 589 milhões de euros investidos, respetivamente.

Entre as gestoras nacionais, a BPI Gestão de Ativos é a que reúne o maior montante investido, ocupando a nona posição da lista, com 198 milhões de euros.

O peso das três gestoras que lideram a lista é significativo: juntas, iShares, Amundi e Xtrackers concentram cerca de 35% do total investido em fundos e ETF, somando 2.449 milhões de euros. Este domínio reforça a crescente preferência por instrumentos de gestão passiva e a forte presença das grandes gestoras globais na alocação de capital por parte das entidades locais.

No total, o ranking inclui 101 entidades gestoras, que abrangem tanto players nacionais como internacionais, refletindo a diversidade do mercado. Entre elas, encontram-se gestoras especializadas em ETF, enquanto outras combinam fundos mobiliários e de gestão passiva nos seus portefólios.

Montante investido por entidade gestora