A entidade frisa o grande impacto e a incerteza que a eleição de Trump poderá ter nos mercados no próximo ano, e aponta quais os ativos em que veem maiores oportunidades.
“Após a vitória do Sr. Trump para 45º Presidente dos Estados Unidos, os mercados convenceram-se a si próprios que no próximo ano o crescimento económico na maior economia mundial irá acelerar, impulsionado por estímulos fiscais, diminuição da regulação em alguns sectores, como o financeiro, e a moderação do discurso do novo presidente”. Estas são as primeiras impressões da Invest Gestão de Activos no que toca ao ano que se aproxima. Da casa de investimentos explicam que se as duas primeiras conclusões parecem consensuais, no que toca à terceira as reservas são maiores, em particular no que diz respeito ao “comércio internacional e à anunciada posição mais protecionista dos Estados Unidos”. A nova administração do país, dizem, “acarreta evidentes riscos para o crescimento económico global, com destaque para as economias emergentes”.
Tendo em conta o referido atrás, da Invest Gestão de Activos salientam que “o Outlook para 2017 está decisivamente condicionado pela política”. E não é apenas nos EUA. Na Zona Euro recordam, por exemplo, a incerteza provocada pelas eleições na Alemanha e Itália.
Outro dos temas salientados prende-se com o “crescimento económico moderado e a subida da taxa de inflação”. Explicam que “a esperada política fiscal expansionista nos Estados Unidos deverá, em princípio, acelerar o respectivo crescimento económico” e ainda provocar “uma subida da taxa de inflação”. Outro dos temas de domínio prende-se com “as políticas monetárias que serão progressivamente menos expansionistas”. Na Zona Euro indicam que “a inflação core (excluindo os custos com alimentação e energia) permanece muito baixa mas, se o crescimento aguentar relativamente bem, o BCE deverá ajustar o atual programa de compras incorporando o movimento de subida entretanto ocorrido nas yields das obrigações e nas expectativas do mercado para a inflação”.
Ações com maior potencial
As perspetivas acima descritas criam um cenário que a entidade apelida de exigente tanto para as ações como para as obrigações. “O potencial de valorização para os mercados acionistas depende, na nossa opinião, da perspectiva de recuperação dos resultados das empresas e das políticas públicas mais expansionistas”, identificam. Ainda assim, consideram que “as ações são a classe de ativos com maior potencial de valorização, mas o panorama é bastante incerto tendo em conta os riscos políticos, a normalização da política monetária nos Estados Unidos e a ameaça do protecionismo económico”.
No caso das obrigações, também preveem um cenário difícil. Reiteram que se espera que a inflação aumente “e a liquidez dos bancos centrais diminua (ainda que ligeiramente), reduzindo o potencial para ganhos nas obrigações soberanas core (Treasuries e Bunds) e corporates de melhor rating (Investment Grade)”. Continuam a ver oportunidades interessantes ajustadas pelo risco, no segmento de high yield (Estados Unidos) e Corporate Hybrids (Europa)”.
No que toca ao fundo recomendado para 2017, apontam o AR PPR como uma boa opção. “Um fundo global de alocação de ativos, diversificado geográfica e sectorialmente, excelente track record e fiscalidade muito atrativa”. Nas oportunidades que a indústria nacional tem para oferecer para o próximo ano falam das “baixas taxas de juro e remuneração dos tradicionais depósitos a prazo e a progressiva consciência da necessidade imperativa de poupar para a reforma, considerando os constrangimentos dos sistemas públicos de pensões, deverão contribuir para um crescente interesse por produtos de maior valor acrescentado, como os fundos de investimento e gestão de carteiras”. As ameaças que têm no radar para 2017, por outro lado, dizem ser “a concorrência estrangeira”.