Investidores ainda têm 22% das suas carteiras em liquidez

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Créditos: Paul Hanaoka (Unsplash)

As políticas monetárias ultraflexíveis e os diferentes planos de estímulos levados cabo pelos governos faz pensar que este 2021 será um ano de inflação e yields nos mercados de obrigações a subir. Um combinado que pode ser prejudicial para a rentabilidade real dos investidores, sobretudo, os mais conservadores.

Ainda assim, segundo se depreende do inquérito da UBS Sentiment Survey que elabora a UBS Wealth Management a nível global, são muito os investidores que continuam a ter grande parte das suas carteiras em liquidez. Em concreto, em média, 22% da carteira continua a estar em liquidez e as três razões que alegam são o facto de estarem à espera do investimento adequado (43% dos inquiridos), como fundo de emergência (41%) e como medida de proteção perante uma queda do mercado (41%).

“As posições em liquidez dos investidores continuam a ser muito superiores às nossas alocações recomendadas, especialmente tendo em conta o atual contexto económico e de mercado atual, pelo que é animador que queiram investir mais em ações”, afirma Tom Naratil, presidente da UBS Américas e copresidente da UBS Global Wealth Management.

Mais otimistas do que pessimistas

Não obstante, são também muitos os que, até com as valorizações dos mercados de ações muito mais ajustadas do que no passado, confiam em aumentar a sua exposição a ações. De facto, é algo que reconhece 41% dos inquiridos face aos 12% que opina precisamente o contrário. 70% está otimista sobre as perspetivas do mercado de valores para os próximos seis meses sendo a Europa o mercado mais positivo de todos os analisados, com 73% dos investidores à espera de uma continuidade do rally.

Uma das causas que podem estar por detrás desse sentimento positivo no que concerne a evolução das ações trata-se das perspetivas igualmente positivas que têm face à economia. 69% dos investidores estão otimistas sobre a economia da sua região nos próximos 12 meses, face aos 60% registados no inquérito de há três meses.

O que farão se as ações subirem?

A subida da inflação tornou-se nestes primeiros meses do ano numa das grandes preocupações que os investidores enfrentam. Ao fim e ao cabo, o que se teme é um aumento dos preços sustentável no qual o tempo acabe por provocar uma retirada de estímulos monetários que chegue demasiado cedo.

Não obstante, a julgar pelos dados do inquérito, são muitos os investidores que planeiam pôr o seu dinheiro a trabalhar no caso de uma subida da inflação se manter no tempo. A este respeito, 41% dos inquiridos optará por aumentar o peso das ações na sua carteira, 31% vai recorrer ao investimento imobiliário, outros 31% vão optar por investimento responsável e 30% vão responder a esse aumento de preços ao aumentar a sua posição em matérias-primas.

Fonte: UBS Investor Sentiment survey.