A conclusão é do Global Investor Study 2018, da Schroders, no qual cerca de 41% dos investidores portugueses inquiridos afirma que os seus ativos são pouco ou nada diversificados.
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O mais recente Global Investor Study elaborado pela Schroders adianta que os investidores portugueses inquiridos acreditam que os seus investimentos são pouco ou nada diversificados. De facto, 41% dos inquiridos caracteriza os seus investimentos precisamente desta forma. Para além disto, cerca de 14% dos investidores nacionais que consideram ter um conhecimento avançado sobre investimentos assumem que os seus investimentos são pouco ou nada diversificados.
Estes dados contrastam com os pares internacionais, onde cerca de 32% dos investidores norte-americanos acreditam que os seus portefólios são bem diversificados. Na Europa, por sua vez, apenas 15% dos investidores inquiridos assumiram que os seus portefólios são muito bem diversificados.
De acordo com o estudo, o típico investidor global aloca um terço do seu portefólio a ações, um quarto em liquidez, com o restante dividido entre obrigações, imobiliário e investimentos alternativos – ainda que esta alocação possa variar em função de factores como a geografia, nível de conhecimento ou características demográficas.
Quanto maior é o conhecimento maior é a predisposição para assumir risco
Outra das conclusões avançadas pelo estudo é a maior predisposição dos investidores ‘especialistas/avançados’ para assumir níveis de risco superior. A nível global, os investidores que consideram possuir maior conhecimento alocam cerca de 24% do seu portefólio a investimentos de nível de risco elevado, enquanto que aqueles com menores conhecimentos (investidores ‘principiantes/primários’ alocam apenas 14%).
Quanto aos investidores portugueses, estes alocam, em média, 57,1% do seu portefólio em ativos de baixo risco, “a mais alta alocação no mundo”, destaca o relatório. Este resultado contrasta com uma expectativa de retorno total do portefólio de 10% (média nacional), o que, para a entidade, “não é uma expectativa realista, sendo provável que os investidores portugueses fiquem desapontados com os seus retornos”.
Outro dado importante está relacionado com a alocação a liquidez e o grau de conhecimento do investidor. O estudo conclui, assim, que os investidores com maior nível de conhecimento “retêm” 33% a menos em liquidez que os investidores com menor nível de conhecimento, cuja alocação a liquidez ascende a 32%, o que contrasta com os 21% alocado por parte dos investidores ‘especialistas/avançados’. Já os investidores ‘especialistas/avançados portugueses alocam cerca de 23% do seu portefólio a liquidez.
Gestão limitada do portefólio em períodos de queda dos mercados
O estudo revela, ainda, que o grau de conhecimento financeiro tem um impacto na gestão do portefólio em períodos de queda dos mercados. Assim, aqueles que consideram possuir um grau de conhecimento superior são também aqueles que assumem uma abordagem ativa para responder aos desafios do mercado. “Cerca de 58% dos inquiridos que consideram possuir um grau de conhecimento baixo afirmam ‘não fazer nada’ em períodos de queda dos mercados acionistas”, avança a entidade.
O destaque, por outro lado, é o facto de que um em cada quatro investidores ‘especialistas/avançados’ afirmarem investir mais no mercado acionista nestas circunstâncias – o que contrasta com aqueles com menor grau de conhecimento, onde apenas um em cada oito o fazem. Em Portugal, cerca de 23% dos investidores ‘especialistas/avançados’ (inquiridos) afirmam investir mais em investimentos relacionados com o mercado acionista quando estes caem.
Para Carla Bergareche, diretora geral da Schroders para Portugal e Espanha, “é interessante verificar que os investidores que se consideram como avançados ou especialistas têm mais tendência para assumir o risco”, referindo, no entanto, que “os investidores vão ter de manter os seus investimentos durante mais tempo do que o que estavam habituados. Será uma forma de compensar perdas de capital no curto prazo e assegurar ganhos futuros”.
Acredita, por outro lado, que as pessoas têm grandes expectativas em relação às suas poupanças/investimentos, planeando o futuro e esperando que estes cresçam de forma a tornar os seus planos realidade. “No entanto, se as suas estimativas estiverem muito longe da realidade, esses planos podem facilmente derrapar”, avisa.