O forte aumento de ativos registado este ano em ETF de smart beta de mínima volatilidade e qualidade deixam muito claro uma coisa: o viés mais defensivo com que os investidores estão a posicionar as suas carteiras em 2019.
Muitas vezes, os fluxos em direção aos ETF são analisados para detetar tendências que permitam averiguar para que estilos de investimento se dirige o dinheiro. Uma das formas de o fazer é ter como referência os fundos de smart beta, uma tipologia de produtos que cada vez está a ganhar mais ativos. No início do ano havia nestes ETF 705.000 milhões de dólares a nível global, segundo dados da Morningstar. No fecho de junho, esse património alcançava 832.000 milhões de dólares. No total, 128.000 milhões de dólares a mais. A maior parte desse crescimento patrimonial é explicado pelo efeito de mercado (praticamente 100.000 milhões de dólares), enquanto o resto provém dos fluxos que captaram as diferentes estratégias enquadradas dentro do smart beta.
Decifrando os números podem-se observar tendências muito interessantes. A primeira e mais significativa: o grande interesse que estão a receber os ETF de mínima volatilidade. É a tipologia de fundos cotados de smart beta que mais captações recebeu na primeira metade do ano em termos absolutos, com 11.600 milhões a mais, passando dos 55.000 para os 75.000 milhões em ativos em seis meses. Em termos percentuais o crescimento é de 15,6%.
A segunda tendência mais relevante é a tração que estão a ganhar os ETF que seguem o factor Quality. Apesar de ser uma das categorias de smart beta que historicamente tiveram um menor volume de ativos, o seu crescimento no primeiro semestre foi muito rápido, ao passar o seu património de 11.500 milhões para 18.000 milhões de dólares. A maior parte desse crescimento explica-se pelos fluxos de entrada líquidos (4.200 milhões de dólares).
O forte crescimento de ativos registado este ano em estratégias de mínima volatilidade e qualidade deixam muito claro uma coisa: a visão mais defensiva com que os investidores estão a posicionar as suas carteiras em 2019. Não há dúvida disso. Como também não há dúvidas de que, em smart beta, nem todas as estratégias estão a ter uma aceitação favorável. Os ETF com desvio value, por exemplo, viram os seus ativos aumentar em quase 20.000 milhões na primeira metade do ano, apesar desta tipologia de produtos registar reembolsos líquidos no valor de 3.700 milhões.
Em seguida apresentamos uma tabela com a evolução patrimonial registada pelas diferentes categorias de ETF de smart beta na primeira metade do ano: