Os investidores planeiam duplicar as suas alocações a produtos sustentáveis nos próximos cinco anos, e 20% dos investidores reconhece que a pandemia acelerou as suas alocações a investimentos sustentáveis, de acordo com o Global Client Sustainable Investing Survey da BlackRock.
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Os desafios globais de saúde e económicos apresentados este ano não diminuíram a procura dos investidores nem diminuíram as perspetivas de investimento sustentável, concluiu o inquérito Global Client Sustainable Investing Survey da BlackRock. De facto, os investidores planeiam duplicar as suas alocações em produtos sustentáveis nos próximos cinco anos, e 20% dos inquiridos afirma que a pandemia acelerou as suas alocações a investimentos sustentáveis.
“A transição de grande escala que identificámos no início do ano foi firmemente consolidada, dado que a convergência das pressões políticas e regulatórias, os avanços tecnológicos e as preferências dos clientes fez com que a sustentabilidade se tornasse a ser a norma no plano de investimento”, comentou Mark McCombe, diretor de clientes da BlackRock. "Os resultados do nosso inquérito mostram que a transição para a sustentabilidade está a ocorrer em todo o mundo."
O inquérito recolheu a opinião de 425 investidores em 27 países, incluindo fundos de pensões públicos e corporativos, gestoras de ativos, fundos patrimoniais, fundações e gestoras patrimoniais mundiais com quase 25 biliões de dólares americanos em ativos sob gestão.
O inquérito sugere que este ano parece ser o início de uma mudança sustentada durante, pelo menos, os próximos cinco anos: os inquiridos afirmaram que planeiam duplicar os seus ativos sob gestão que seguem critérios ambientais, sociais e de governance (ESG) até 2025. Embora o crescimento de ativos sustentáveis seja mais pronunciado na Europa, também está a aumentar em magnitude na América e na região da Ásia-Pacífico.
Integração de critérios ESG
A maioria dos inquiridos acredita que a sustentabilidade é crítica para os processos e resultados de investimento, e 75% já usa uma abordagem integrada para contabilizar os riscos ESG nos seus portefólios ou consideram fazê-lo. Uma abordagem integrada é incluir análises ESG em todas as posições e fundamentar futuras decisões de investimento com base num ponto de vista totalmente focado na sustentabilidade.
Embora a integração esteja em primeiro lugar, abordagens de investimento sustentável mais focadas, como soluções temáticas ou de impacto, também são as escolhas preferidas para clientes da região EMEA: 56% e 52% dos inquiridos procura exposição a essas estratégias, respetivamente.
Diferenças regionais na adoção
A procura global por produtos sustentáveis difere regionalmente devido à divergência em matéria de contextos regulatórios, perceções do público, supervisão do Conselho e da equipa de gestão e consciência sobre as suas vantagens em termos de rentabilidade.
Na região EMEA, o principal motivo (51%) que os inquiridos citaram para adotar estratégias sustentáveis foi “porque é a coisa certa a fazer”, enquanto apenas 37% dos inquiridos na região afirmaram que “mitigar os riscos de investimento” foi uma consideração importante. Nas Américas, a mitigação de risco é o segundo catalisador mais importante para adoção (49%), seguido por “melhores retornos ajustados ao risco” e “mandato do conselho ou equipa gestora” (ambos com 45%).
“Os clientes estão a priorizar questões ESG e a sua implementação de forma diferente em diferentes regiões. Embora todos estejam cientes da prevalência do risco climático, há diferentes níveis de ênfase em questões como direitos humanos, diversidade e inclusão”, afirma McCombe. “É importante notar que as razões dos clientes para investir de forma sustentável divergem fortemente entre as regiões. Muitos investidores europeus veem as vantagens da sustentabilidade através das lentes do impacto social. Nos EUA, os investidores concentram-se em maior medida na gestão do risco e retorno do investimento”.
Os riscos ambientais constituem a principal preocupação dos clientes
O inquérito também mostrou uma área em que os clientes de todas as regiões analisadas estão totalmente de acordo: 88% dos inquiridos classificam os riscos relacionados com o clima no topo das suas preocupações quanto às carteiras neste momento. No futuro, enquanto se espera que o clima continue a ser a principal preocupação, um número crescente de inquiridos (58%) afirma que antecipa que as preocupações com questões sociais, como diversidade, inclusão e práticas de trabalho justas, irão aumentar em maior medida nos próximos 3-5 anos.
O aumento do peso dos critérios ESG na área dos investimentos é motivado por uma série de razões, entre as quais destaca-se também o maior nível de apresentação de informação por parte empresas, o que fornece mais informação à população e outros avanços na análise de dados para entender como as questões ESG são essenciais para o investimento.
Preocupações sobre a qualidade dos dados
Não há dúvida de que a qualidade e a disponibilidade dos dados aumentaram significativamente na última década, permitindo aos investidores tomar decisões de investimento mais informadas. No entanto, existe um consenso considerável entre os investidores institucionais de que esta é uma área que requer mais atenção.
Mais da metade (53%) dos inquiridos à escala global citaram a baixa qualidade ou disponibilidade de dados e análises ESG como a principal barreira para a adoção de estratégias de investimento sustentável, o nível mais alto entre as barreiras incluídas no inquérito.