Irlanda confirma a sua liderança: fica quase com metade das entradas de dinheiro em fundos europeus

Irlanda
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A Irlanda já era antes do Brexit um dos domicílios preferidos pelas gestoras de ativos para registar e vender os seus fundos de investimento. Mas foi o Brexit que acabou por dar um empurrão definitivo à indústria irlandesa. É o que depreendemos dos dados que acaba de publicar a Irish Funds. Os fundos irlandeses fecharam o fatídico 2020 com um património de 3,32 biliões de euros, o que representa um aumento anual de 9% e um novo recorde histórico.

Esse crescimento não só foi influenciado pelo bom comportamento que de forma geral tiveram os mercados de valores, mas também pelo incrível fluxo de subscrições líquidas. Num ano como 2020 entraram em fundos irlandeses 275.000 milhões de euros. Para contextualizar, isso implica que 44,21% das subscrições líquidas de fundos europeus foram para produtos made in Ireland já que, segundo dados da EFAMA, a indústria europeia registou em 2020 um total de 622.000 milhões de euros.

Continua a ser a favorita

“Apesar da incerteza que rodeia a pandemia, a confiança continua alta na capacidade do nosso setor para oferecer melhores resultados de investimento aos investidores”, afirma Pat Lardnet, a CEO da Irish Funds. De facto, a julgar pelos primeiros números deste 2021 essa preferência pela Irlanda mantém-se.

Segundo explicam na associação só em janeiro de 2021, 27 empresas financeiras entraram ou ampliaram a sua presença na Irlanda, o que eleva o total para 137 novas entradas ou ampliações desde janeiro do ano passado. “O principal motor de crescimento foram os gestores de fundos alternativos o que reflete o crescente interesse dos investidores pela diversificação e pelos produtos de investimento alternativos”, afirmam.

Precisamente para continuar a atrair este tipo de produtos, já no mês de dezembro a Irlanda aprovou uma legislação nova para permitir que os fundos de ativos privados sejam domiciliados na Irlanda, além de impulsionar o projeto de transformação verde da indústria. Um projeto que na Irish Funds esperam que derive na criação de 3.000 postos de trabalho até 2025, e que atraia um capital de até 20.000 milhões de euros anuais.

Atualmente, as perspetivas para a indústria irlandesa de gestão de ativos são mais do que positivas. Um estudo da PwC que tem como título Asset and Wealth Management Revolution: The Power to Shape the Future, prevê que a indústria de fundos irlandesa crescerá anualmente 10,8% nos próximos cinco anos, o dobro dos 5,6% que prognostica para a indústria a nível global.