Itaú Asset Management: "Queremos ser a referência na América Latina"

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Jaime Anjos Junior, Flickr, Creative Commons

No próximo ano, o ETF PIBB11 da Itaú Asset Management vai celebrar o seu décimo aniversário. Este foi o primeiro fundo da sua classe no Brasil e apareceu num momento em que o “desenvolvimento da indústria local de ETS não era tão clara quanto os players brasileiros ou até os investidores internacionais, com excepão dos Estados Unidos”. Tatiana Grecco, responsável pelos ETF da Itaú Asset Management, falou à Funds Americas sobre a sua experiência de ter lançado o primeiro ETF no Brasil e ainda, recentemente, o primeiro ETF sobre o Santiago Stock Exchange (IPSA) do Chile.

- O que a levou a desenvolver o It Now PIBB IBrX-50?

O lançamento do It Now PIBB11, em 2004, foi patrocinado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Económico e Social. Era um produto muito inovador, sobretudo devido aos desafios legais e operacionais destinados ao mercado local. O produto, como primeiro ETF do mercado brasileiro, foi projetado com um modelo difícil de arbitragem operacional. Em 2012, com a aprovação dos principais investidores do ETF, modernizamos o modelo operacional e agora temos mecanismos de pagamento e reembolso similares ao do mercado americano.

Quando o ETF estava disponível no mercado, superou-se a barreira dos 25 mil investidores. Atualmente, embora não consigamos saber ao certo quando são, os investidores diretos devem estar perto dos 14 mil, incluindo fundos institucionais e retalho.

- Recentemente enfrentou um outro desafio parecido com o PIBB11, com o lançamento do primeiro ETF sobre o IPSA do Chile. Como foi esse processo e que objetivos foram planeados?

Quando a Bolsa de Comercio de Santiago lançou o concurso para selecionar qual seria o gestor do ETF, baseado nos seus três índices bolsistas, incluindo o IPSA – principal índice da bolsa chilena- entendemos que tínhamos todas as condições para levar avante uma oferta pioneira  para o mercado chileno. Este espírito pioneiro está no ADN da nossa empresa, e a colaboração com as autoridades locais, incluindo os reguladores, foi um desafio que nos motivou bastante. Queremos ser a referência na América Latina e a expansão da nossa oferta de produtos de gestão de ativos para o mercado chileno está em sintonia com o desejo do Banco Itaú e da Itaú Asset Management.

No entanto, apesar do nosso conhecimento prévio sobre o funcionamento dos ETF, era mais fácil lançar agora o ETF sobre o IPSA do que o ETF PIBB. Em cada país encontramos desafios próprios e temos de nos adaptar a essas condições.

Hoje podemos dizer que o lançamento de um ETF de ações sobre o Brasil é mais fácil para nós que era então o PBB11 e provavelmente o mesmo vai acontecer nos próximos ETF de ações no Chile. Enquanto isso, somos desafiados a explorar outras estratégias que estão sendo adotadas, como os ETF de obrigações, por exemplos, para o mercado brasileiro.

Quantos ETF gerem atualmente?

Em 2010, a Bovespa anunciou o seu primeiro concurso para o licenciamento de um índice de ações no Brasil. Como estávamos estruturados, participamos no concurso e acabamos por ficar com os direitos de cinco dos sete índices oferecidos, entre 2010 e 2012. Hoje a Itaú Asset Management administra seis dos 15 ETF da bolsa de valores brasileira e tem um quota de mercado de 55%  no Brasil (segundo BM&Bovespa. 30 de Setembro de 2013). O PIBB11 continua a ser o maior ETF do Brasil e um dos maiores fundos de ações, segundo a bolsa de valores e a ANBIMA. Também temos em carteira, na senda dos It Now, o FINF11 (setor financeiro), MATB11 (matérias-primas) , ISUS11 (sustentabilidade empresarial) , GOVE11 (governança corporativa) e DIVO11 (dividendos).