John Surplice e Martin Walker moveram a carteira do Invesco Pan European Equity: Isto foi o que compraram e venderam

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John SurpliceMartin Walker moveram a carteira do Invesco Pan European Equity, um dos fundos de ações europeias mais populares entre os investidores ibéricos. Isso vê-se no facto de desfrutar, este ano, do Selo FundsPeople pela sua classificação de Blockbuster. Uma das mudanças chave no posicionamento por sectores aconteceu no setor energético, no qual reduziram a sua subponderação.

“No início deste ano a nossa sobreponderação situava-se ligeiramente acima dos 9%. Agora aproxima-se dos 4%. Depois do fracasso das discussões da OPEP decidimos vender ENI e reduzimos as nossas posições em Royal Dutch Shell e BP. A curto prazo, o efeito combinado da redução da procura como consequência do coronavírus e do aumento da oferta como resultado da disputa entre a Rússia e a Arábia Saudita representaram um vento adverso para o petróleo. Os preços caíram e, adicionalmente, esta guerra não era algo previsto nos nossos modelos. Aos preços atuais, os produtores que enfrentam os custos mais elevados (petróleo de xisto nos EUA, por exemplo) tenderão a ajustar a oferta em consequência”, explica Surplice.

Por outro lado, o gestor considera que o endurecimento das condições nos mercado de crédito, uma importante fonte de financiamento para o sector, bem como as limitações ao investimentos que resultam dos critérios ESG, exercem ainda mais pressão sobre a situação financeira das empresas do que em pontos de pressão anteriores.

“Com o passar do tempo, será de esperar um certo retorno progressivo à disciplina de oferta nesta indústria. Até então, as empresas de serviços integrados do sector energético europeias vão atravessar dificuldades, mas esperamos que respondam com contundência a estes desafios. Reconhecendo a ausência de visibilidade a curto prazo, nestes momentos preferimos concentrar a atenção nos agentes com os modelos individuais mais sólidos suportados nos balanços, modelos de exploração, qualidade de administração e alocação de capital”.

A segunda mudança importante que realizaram foi o incremento da exposição ao setor farmacêutico. “Abrimos uma nova posição na Novartis (com parte das mais-valias realizadas nas posições em energia), ainda que também tenhamos aumentado posições já existentes no sector. Como consequência, o sector farmacêutico representa agora uma ligeira sobreponderação, depois de ter começado o ano como uma subponderação. As telecomunicações, um sector que o mercado considera mais favorável no momento, especialmente tendo em conta que a necessidade de infraestruturas de telecomunicações de qualidade está a aumentar agora que o mundo está a recorrer mais e mais ao teletrabalho, converteu-se na principal sobreponderação do fundo. Como consequência, vendemos BT (depois de uma deterioração do défice do plano de pensões) e aumentámos a exposição a outros títulos mais atrativos do segmento”.

Por outro lado, somente realizaram pequenos ajustes na exposição ao sector financeiro, aumentando a qualidade dos títulos na carteira do sector bancário, e alguns cortes nas posições do sector de seguros.

“Reduzimos ligeiramente a nossa exposição ao sector industrial mediante a venda da Safran e Rolls Royce, mas abrimos uma nova posição em Sandvik, um grupo industrial sueco. No sector dos materiais, aumentámos a nossa posição em Yara, uma empresa norueguesa dedicada a produtos químicos agrícolas. Abrimos uma nova posição no setor tecnológico e também temos aproveitado  as venda massivas para comprar uma nova posição e aumentar as existentes em utilities ligadas ao setor público, harmonizando a ponderação do setor na carteira com o índice de referência, face à subponderação do início do ano”, conclui o gestor da Invesco.