Jovens promessas da gestão de ativos em Portugal

Considero a crescente exigência na gestão da informação o principal desafio. A elevada quantidade de dados, em particular dados de sustentabilidade, aumenta a necessidade de construir ferramentas e estratégias que permitam distinguir o ruído das oportunidades de acrescentar valor. Assim, vou continuar a aprofundar o meu conhecimento sobre programação, com destaque em inteligência artificial, por forma a conseguir gerir de forma eficiente a informação e a sistematizá-la para aumentar a recorrência da criação de valor.

A área da gestão de ativos não é imune às mudanças constantes vivenciadas no mundo atual. Essa evolução dinâmica do conhecimento, da tecnologia e dos próprios objetivos da sociedade é um desafio para todos nós. Nesse sentido, será importante este setor não ficar para trás nessas tendências e para isso será crucial uma aposta cada vez maior numa formação multidisciplinar, orientada para áreas desde as finanças à engenharia informática. Desmistificar os mercados financeiros para poder oferecer maiores retornos ajustados pelo risco aos clientes continuará a ser o foco principal, sem descurar os impactos potenciais dos investimentos realizados. Para isso, é necessário ter cada vez acesso a mais dados, ter um conhecimento mais amplo e aprofundado sobre os mesmos, e saber utilizar as ferramentas mais eficientes para os trabalhar. Sendo assim, o meu objetivo profissional é continuar a aprender todos os dias nestas várias áreas, o que torna a gestão de ativos uma indústria tão desafiante e complexa, mas simultaneamente fascinante.

Numa indústria em constante mutação, com novas tendências, novas regulações e mais tecnologia, um dos grandes desafios passa pela capacidade de adaptação. Esta capacidade está relacionada com o investimento em formação e ao cultivo do interesse. E, dado que para mim o interesse e a motivação estão interligadas com o propósito, destaco também o desafio de encontrar o meu propósito enquanto profissional, reconhecendo a importância da gestão das poupanças e investimentos dos nossos clientes. Mas, não descurando que podemos ir mais além, e ter um impacto real positivo no ambiente e na sociedade.

O maior desafio profissional neste momento é a adaptação e melhoria dos processos de investimento às mudanças estruturais que têm afetado a indústria, nomeadamente o impacto que a inteligência artificial poderá vir a ter na gestão das carteiras. Os últimos anos foram especialmente desafiantes, primeiro com uma pandemia global, depois o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia onde as consequências para o mundo são ainda desconhecidas, bem como o impacto para a economia dos atuais níveis de inflação. Fundamental, continua a ser a constante atualização de conhecimentos, a coragem para tomar decisões por vezes contrárias ao mercado e a procura constante por oportunidades que aumentem o retorno potencial dos fundos. Numa palavra, o acompanhamento de um mundo em constante e acelerada mudança, e a capacidade da gestão ativa devolver o maior valor para os nossos participantes a médio prazo, é o meu desafio enquanto gestora.

Num setor tão dinâmico e competitivo como este, é importante que a aprendizagem e a formação se mantenham como fatores fulcrais do nosso dia-a-dia. Somos diariamente confrontados com novos eventos que despoletam as mais diversas oportunidades de investimento, e o objetivo passa por tentar aproveitá-las da melhor maneira. Cada novo evento tem a sua especificidade, e faz parte do nosso processo evolutivo aprender onde estivemos menos bem para que consigamos no futuro atuar de forma mais eficaz. Com tudo isto, seremos capazes de gerir os fundos da forma mais eficiente de modo que nos seja possível oferecer aos nossos participantes os melhores retornos.

Viver os mercados financeiros diariamente pressupõe deixar de parte um modo de piloto automático e desperta nos investidores uma curiosidade constante sobre o que acontecerá nas esferas micro e macroeconómica. A arte de investir está, sobretudo, em preparar os portfólios para o que acreditamos que vai acontecer, nunca descurando cenários que consideramos menos prováveis. Acredito que a curiosidade sobre o que conduzirá os mercados financeiros nos próximos anos se intensificará, à medida que abandonamos o regime de baixa inflação que temos testemunhado no Ocidente e tentamos encontrar soluções para problemas demográficos e climáticos, abrindo a porta a um modo de vida mais sustentável. Pessoalmente, e apesar destes novos desafios e maior exigência, considero bastante interessante e motivante navegar estes ambientes na tomada de decisões de alocação de ativos, onde acredito que a diversificação deverá ser um bom aliado.