Julho sorriu para o mercado das obrigações

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O sétimo mês do ano foi, de um modo geral, bastante positivo para o segmento dos fundos de obrigações. Para além do aumento de confiança por parte dos investidores, verificou-se, ainda, uma contração dos spreads e o refinanciamento de emissões por parte de muitas empresas.

Duarte José é o gestor do fundo da IM Gestão de Ativos - IMGA High Yield Bond Selection. Com cerca de 22 milhões de euros de ativos sob gestão, o fundo investe “maioritariamente o seu património, direta ou indiretamente, em obrigações de taxa variável ou fixa”. Segundo o comentário do gestor relativamente ao comportamento do mercado no mês em análise, julho foi um mês bastante positivo para este segmento, na medida em que “ficou marcado por uma nova descida nos prémios de risco de emitentes privadas, destacando-se claramente pela positiva o setor financeiro e o segmento de dívida de maior risco de crédito (High Yield)”.

Para além disso, verificou-se um aumento das “taxas de juro das obrigações governamentais e uma compressão nos spreads das obrigações de emitentes da periferia da zona Euro”. Para justificar esta evolução das yields e dos spreads, Duarte José aponta “a divulgação de dados macroeconómicos positivos na zona Euro, a redução do risco político e a evolução positiva de alguns dos receios relacionados com o crédito malparado e capitalização do setor financeiro”.

Ainda de acordo com o profissional, a preocupação dos investidores diminuiu em relação à retirada de estímulos, pelo facto de que o BCE deverá manter a sua taxa de referência inalterada. Devido a esta “incerteza relativamente à possibilidade de redução do programa de compras do BCE”, o mercado da dívida pública poderá registar alguma volatilidade.

Do outro lado, da gestora BPI Gestão de Activos, Nuno Pereira - gestor do BPI Obrigações Alto Rendimento Alto Risco - faz uma análise ao mês em questão. Segundo a entidade financeira, julho sorriu para o segmento das obrigações, “devido ao bom comportamento do risco de crédito”. De acordo com a ficha de produto do fundo em causa, “muitas empresas refinanciaram emissões, terminando prematuramente as obrigações que tinham em mercado, mas pagando um prémio por isso”.

O destaque da BPI Gestão de Ativos para este mês vai para as obrigações ligadas a matérias-primas, como o petróleo e o ferro, que tiveram boas performances “devido ao bom desempenho do preço das matérias primas que estas empresas operam”.

Importa ainda referir que a obrigação da BOPARAN foi aquela que mais contribuiu para a performance deste fundo, que gere cerca de 13 milhões de euros em ativos.