Em mês de Brexit, os clientes das plataformas também se despediram da Europa, resgatando, maioritariamente, fundos de ações desta geografia.
Se a lista de fundos estrangeiros mais subscritos nas plataformas no mês passado teve uma grande influência do referendo sobre o Brexit, a lista de produtos mais resgatados não foi diferente. BiG, ActivoBank e Best reportam que os clientes da entidade foram naturalmente influenciados pela decisão dos ingleses.
Do BiG, Isabel Soares, gestora de produto, indica que a temática do Brexit “que centrou a atenção dos investidores ao longo do período, funcionou como catalisadora para o incremento dos níveis de incerteza e volatilidade”. Um movimento de sell off, diz a profissional, acabou por ser precipitado por causa do desfecho do referendo. Ainda assim, refere, não foram evidentes “tendências significativas ao nível dos outflows em fundos de investimento que se registaram ao longo do mês”. A generalidade das decisões foram justificadas pelo “desconforto dos investidores relativamente ao momento de mercado e por muitos optarem por reduzir parte da exposição detida”. Embora se consiga “identificar um volume superior nas saídas de produtos com exposição ao segmento acionista europeu”, da entidade realçam que “acabaram por se verificar alguns movimentos de outflow transversais a várias classes de activos ou áreas geográficas”.
Do Banco Best, Rui Castro Pacheco, head of asset management, explica que ao mesmo que tempo que a preferência dos clientes, no mês de junho, recaiu sobre os fundos de ações, também “nos mais resgatados temos alguns fundos de ações Europa, Estados Unidos e Japão”. O profissional destaca também que “existiram alguns gestores que se destacaram na forma como ultrapassaram a volatilidade dos últimos dias e esses terão sido recompensados com o reforço de posições”.
No ActivoBank, a tendência foi semelhante. João Graça, da entidade, salienta que nos resgates o padrão foi semelhante ao dos mais subscritos: “Uma saída de fundos sobre o Reino Unido e fundos onde a predominância da Zona Euro é significativa”.