O comentário de José Lagarto, gestor de ativos da Orey iTrade e de Filipe Silva, diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, ao mais recente leilão de dívida pública portuguesa.
Esta quarta-feira o IGCP realizou um duplo leilão de Bilhetes do Tesouro com vencimento a três e a 11 meses. Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, destaca que Portugal beneficiou da descida do risco, conseguindo “financiar-se às taxas mais baixas do ano”.
No prazo mais curto foram emitidos 250 milhões de euros a uma taxa negativa de 0.337%, sendo que a procura superou a oferta em 4,5 vezes. A emissão de Bilhetes do Tesouro a 11 meses, por sua vez, registou uma taxa negativa de 0,264%, tendo sido emitidos 1.000 milhões de euros. No prazo mais longo a procura foi superior em 1,7 vezes a oferta.
As razões para os novos mínimos registados
Para José Lagarto, gestor de ativos da Orey iTrade, a conjugação do “momento de confiança que o executivo português atravessa” e da “revisão do outlook da dívida portuguesa, por parte da Fitch, de estável para positiva” foram essenciais para a “redução das yields no leilão de hoje”.
Já para o profissional da gestão de ativos do Banco Carregosa, a taxa de juro abaixo dos 3% da dívida a dez anos “é um bom sinal para os investidores”, destacando o bom momento do financiamento da República Portuguesa: “em maio o país emitiu dívida a 6 meses com uma taxa negativa de 0,21%. Hoje emitiu dívida por um prazo mais longo com uma taxa ainda mais negativa”.