Kris De Souter (Degroof Petercam): “O nosso ativo mais importante, além das nossas equipas, são os nossos clientes”

Kris de Souter degroof petercam
Kris De Souter. Créditos: cedida, Degroof Petercam.

O grupo de serviços financeiros belga, Degroof Petercam, celebra em 2021 os seus 150 anos. E é também em 2021 que dá os primeiros passos no mercado português. Com uma história com raízes no século XIX, esta instituição bancária, focada na prestação de serviços a clientes privados e institucionais, pôs os olhos em Portugal, através da sua unidade luxemburguesa, e Kris De Souter, CFA, CAIA, responsável de banca privada e membro do comité executivo do  Banque Degroof Petercam Luxembourg, explica à FundsPeople o racional. Conta que fizeram “várias contratações estratégicas” para expandir o enfoque no mercado português de gestão de fortunas, onde se inclui, recentemente, a contratação de Pedro Almeida como senior private banker com a responsabilidade de desenvolver a atividade em Portugal. “Do research que fizemos, após ter inicialmente focado em expatriados europeus francófonos residentes em Portugal, concluímos que os residentes fiscais portugueses estão à procura de um serviço de gestão de fortunas especializado, de dimensão humana, que oferece aconselhamento independente e objetivo”, explica.

Pedro Almeida Degroof Petercam
Pedro Almeida

Sejam eles portugueses ou estrangeiros a viver em Portugal, “a realidade de hoje é que os nossos clientes estão a tornar-se cada vez mais internacionais, com interesses em diferentes geografias, o que complexifica a sua situação financeira e de investimentos. Como banqueiros privados, o desafio diário é garantir que as soluções certas sejam apresentadas e fornecidas ao cliente”, explica.

Ativo mais importante

“O nosso ativo mais importante, além das nossas equipas, são os nossos clientes”, exclama o responsável. “Os seus desejos, necessidades, objetivos, restrições e metas evoluíram muito nos últimos anos e, como tal, expandimos significativamente a nossa oferta de serviços. Principalmente de gestão de portfólio discricionários ou de consultoria tradicional no passado, hoje, os nossos UHNWI podem beneficiar hoje em dia também de serviços de planeamento patrimonial e imobiliário internacional, crédito, empréstimos Lombard, assessoria de arte, ativos privados, soluções de investimento ESG, Family Office e serviços de governança, filantropia, investimento de impacto, seguros e serviços de finanças corporativas”, descreve.

Ativos privados em crescendo

Já no que se refere aos instrumentos que marcam presença nas carteiras de investimentos dos clientes, Kris de Souter é assertivo ao afirmar que “os investimentos simples, como ações, obrigações, fundos e ETF não estão mais no topo da lista. Nos últimos anos, observamos que clientes com elevado património estão a fazer uma mudança estrutural de ativos públicos líquidos para ativos privados ilíquidos. De facto, estes clientes têm aumentado sistematicamente os seus compromissos de dívida privada e private equity, numa mudança de sentido dos mercados públicos de menor retorno para investimentos privados de maior retorno com o objetivo de capturar o prémio de iliquidez num contexto de taxas de juros nulas ou negativas”. Neste contexto, explica, a Degroof Petercam tem continuado a reforçar e a construir a oferta nestes segmentos de mercado, em ativos que “não estão disponíveis para todos, o que os torna mais atrativos”. 

“Os clientes têm aumentado sistematicamente os seus compromissos de dívida privada e private equity, numa mudança de sentido dos mercados públicos de menor retorno para investimentos privados de maior retorno com o objetivo de capturar o prémio de iliquidez num contexto de taxas de juros nulas ou negativas.”

Finalmente, como resposta ao facto de os seus clientes quererem “garantir que os seus investimentos têm um impacto positivo e que fazem a diferença para as gerações vindouras”, Kris De Souter realça que os critérios ESG fazem parte da sua cultura desde cedo. “A nossa empresa irmã, a Degroof Petercam Asset Management, mais conhecida como DPAM e que gere dinheiro em nome de clientes institucionais, vem construindo o seu know how e histórico de ESG há mais de 15 anos. “Na Degroof Petercam investimos os ativos dos nossos clientes de maneira responsável. Nos dias de hoje, as nossas carteiras discricionárias estão em conformidade com o Artigo 8 da Sustainable  Financial Disclosure Regulation (SFDR)", conclui.