Qual terá sido o caminho que os clientes do ActivoBank, Banco Carregosa e Banco Best decidiram seguir em setembro? Os profissionais destas entidades analisam o mês e contam quais foram as escolhas dos investidores.
Setembro foi um mês rico em acontecimentos que marcaram a rentrée um pouco por todo o mundo: Trump adiou a imposição de tarifas extra sobre alguns produtos oriundos da China; a FED a desceu a taxa diretora em 25 pontos base, o BCE confirmou a descida da taxa de depósitos em 10 pontos base, para os -0,5%.
Estes podem ter sido alguns dos motivos para as escolhas dos clientes do ActivoBank terem sido bastante diversificadas. “Setembro afigurou-se como um mês positivo para a globalidade dos mercados de ações, com a Europa a apresentar um excesso de performance face aos índices norte-americanos”, começa por dizer Bruno Pinhão, gestor de Produto - Investimentos da entidade. O profissional revela que “com maior posicionamento assente em ações estão fundos que tiram partido de geografias como os EUA ou Brasil, e de temas como marcas globais, água ou segurança. Em minoria estão fundos de cariz mais defensivo, que tiram partido vários tipos de obrigações”.
Para Bruno Pinhão, o principal destaque de setembro foi o petróleo “que encetou uma escalada temporária após ataques com drones a dois campos petrolíferos na Arábia Saudita, o que levou a uma redução ao equivalente a 5% da produção mundial, mas o facto da Arábia Saudita ter sido mais rápida que o previsto na recuperação da produção, acabou por retirar os ganhos à matéria-prima”.
Tiago Gaspar, responsável pela análise e seleção de fundos do Banco Carregosa, considera que setembro foi um mês positivo, com mais subscrições do que resgates. “Em termos de classes de ativos, o atual panorama macro tem alimentado uma preferência por fundos de obrigações. No entanto, os investidores que têm ainda optado por ações, têm-no feito através de fundos com mandatos de gestão direcionados para empresas de maior qualidade e também estilo growth. O profissional revela ainda que o contexto de mercado tem levado os investidores a reduzirem exposição a ações dos dois lados do Atlântico.
Do lado dos clientes do Banco Best, Rui Castro Pacheco, diretor adjunto de Investimentos, ressalta a vertente mais conservadora no top de fundos mais subscritos. “Para além de termos 3 fundos de obrigações no top, o que não acontecia há bastante tempo, podemos adicionalmente verificar a procura por temas mais defensivos nos fundos de ações”, confessa. No top também estão dois fundos que mês após mês estão entre os mais subscritos: o PIMCO Income e o Acatis Gané Value Event.
No segmento das obrigações, em setembro foi registada procura pelo fundo da Pictet, o EUR Government Bonds, “o mais conservador do top ao investir em obrigações de governos da zona EUR”. O profissional acrescenta ainda que, com um risco um pouco superior podemos encontrar nesta lista o M&G Emerging Markets Bond, um fundo que investe em obrigações emitidas em países emergentes.
Os fundos de ações continuam a representar a maioria dos fundos mais subscritos. Em setembro, os clientes do Banco Best optaram por temas “que tendem a ter um comportamento mais defensivo”. Os fundos DWS Gold and Precious Metals Equities e Franklin Gold & Precious Metals, que investem em ouro e metais preciosos e que podem beneficiar do tema do outro ser considerado um investimento de refúgio e reserva. Já o fundo M&G Global Listed Infrastructure, “que pretende beneficiar do facto de muitas infraestruturas terem contratos de longo prazo com receitas bem definidas e que tendem a ter um comportamento menos volátil”, conta Rui Castro Pacheco.
No que concerne os temas, a tecnologia a continuar a registar procura, com a preferência a recair sobre o BlackRock World Technology. “Continuamos ainda a registar procura por ações europeias e globais. Nas ações europeias a procura continua a ser pela estratégia Value, com a gestão da MFS, uma das mais antigas gestoras do mundo. Nas ações globais, o New Perspectives da Capital Group foi o preferido pelos nossos clientes, sendo uma estratégia com provas dadas e que é gerida (na versão original americana) desde 1973”, termina Rui Castro Pacheco.