Mandatos vs fundos: Como compara Portugal com o resto da Europa?

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BGDL, Flickr, Creative Commons

A EFAMA (European Fund and Asset Management Association) publicou no mais recente relatório Asset Management in Europe – Facts and Figures a desagregação dos ativos sob gestão nos diversos países europeus entre fundos de investimento e mandatos de gestão discricionária. A Associação dá conta de que a evolução da ponderação dos ativos entre estas duas abordagens de investimento tem mostrado, desde 2011, uma tendência para o  crescimento dos ativos em fundos de investimento em detrimento dos mandatos, como resultado de “uma maior ponderação de equity na alocação dos fundos de investimento em comparação com os mandatos de gestão discricionária”, o que “em conjunto com a forte subida dos mercados de ações no período de 2012-2017 explica esta evolução”. Aponta também como razão, o crescimento do peso dos fundos de investimento na alocação das carteiras de grandes investidores institucionais, principalmente seguradoras e fundos de pensões.

Distribuição por país

Se na média europeia são os fundos de investimento que agregam mais ativos, com 54,5% do mercado, com base nos dados mais recentes da EFAMA (2017),  quando se detalham os dados de cada país encontramos realidades muito diferentes. O papel desempenhado pelos investidores institucionais nos diferentes países, o grau de utilização de fundos de investimento por parte de investidores institucionais em comparação com mandatos e o grau de especialização da indústria local de gestão de ativos justificam, segundo a Associação, as diferenças entre as diversas jurisdições. Realça também a possibilidade de fundos de investimento serem geridos como mandatos discricionários e vice-versa como limitação na interpretação dos dados.

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Como exemplo, a EFAMA comenta no relatório o facto de investidores institucionais na Alemanha e na Holanda usarem principalmente fundos de investimento alternativo para gerir os seus ativos, enquanto tendem a confiar mais em mandatos discricionários na França e Reino Unido.

Como se posiciona Portugal?

Portugal surge como uma das posições mais extremadas da tabela. Se no extremo oposto a Roménia tem 99% dos seus ativos investidos em fundos de investimento, Portugal aparece como a jurisdição cuja ponderação dos ativos em mandatos discricionários é a maior (72%), seguido da Itália (65%) e do Reino Unido (39%).

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A EFAMA realça que a abordagem neste relatório considera os países onde os ativos são geridos, o que difere da abordagem de outros relatórios onde se considera o domicílio dos veículos de investimento.