As opções pela diversificação começam a dar sinais, perante a redução da taxa básica de juros no início de Outubro, e a expectativa de manutenção no médio prazo.
A expectativa de manutenção da Selic “por um período de tempo suficientemente alargado”, conforme citado na acta da última reunião do Copom, indica que os factores que incentivaram o desempenho das carteiras compostas por títulos públicos indexados perderão intensidade.
Estas carteiras, que constituem os fundos de obrigações índices, saíram beneficiadas em Outubro e nos últimos meses, com as melhores rendibilidades do mercado. Este cenário foi impulsionado pela valorização de 3,80% do IMA-B (índice de mercado ANBIMA, que representa os títulos indexados ao índice de preços do consumidor). O índice acumulou uma subida de 23,64% no ano e de 26,53% em 12 meses, reflectindo, em grande parte, os sucessivos cortes de juros, que totalizam 525 pontos base desde Agosto de 2011, segundo informação da ANBIMA.
Apesar dos fundos de obrigações índices terem apresentado bons resultados verifica-se que a procura por alternativas de investimento é um desafio para os gestores, perante um ambiente cada vez mais propício ao alargamento de prazos e à desindexação de activos e operações.
Em termos de fluxos de recursos, em 2012, observa-se um resgate liquido de aproximadamente 15 mil milhões de reais em fundos Referenciado DI por parte de clientes do retalho, em contraste com aplicações líquidas de cerca de 12 mil milhões de reais na categoria de obrigações, o que pode estar a indicar uma transferência de recursos para fundos com prazos mais alargados. Já, a categoria multimercados tem vindo a apresentar uma captação líquida mensal nos últimos meses próxima aos 5 mil milhões de reais, impulsionada, sobretudo, pelos clientes de banca privada.
Assim, na medida em que o retorno dos títulos indexados perca intensidade, é razoável esperar um aumento da procura por títulos de crédito privado e por activos com um vencimento mais alargado, refere o boletim de Novembro da ANBIMA. Neste sentido, a ampliação dos limites para aquisição de títulos privados nas carteiras de fundos, a melhoria na gestão do crédito privado, o estabelecimento de regras para o alargamento das carteiras e a remoção de entraves para o investimento em activos no exterior devem integrar a agenda da indústria de fundos em 2013.