O Norges Bank revela que o forte crescimento do património do fundo durante este ano se deve, principalmente, ao fortalecimento das ações e ao enfraquecimento do dólar face às restantes divisas nas quais investe.
O passado dia 19 de setembro, mais concretamente às 2h01 da madrugada, produziu-se um marco histórico para a indústria de gestão de ativos: o maior fundo soberano do mundo, gerido pelo Norges Bank para os cidadãos noruegueses, superava, pela primeira vez desde a sua criação, o bilião de dólares em património sob gestão. No Norges Bank atribuem este crescimento dos ativos “ao fortalecimento das principais divisas face ao dólar, aliado ao fortalecimento das ações”, o que fez com que “o valor em dólares do fundo em 2017 aumentasse rapidamente”.
“Não acredito que alguém estivesse à espera que o fundo alguma vez alcançasse o bilião de dólares quando se efetuou a primeira transferência de receitas em maio de 1996”, comentou Yngve Sylngstad, CEO do Norges Bank Investment Management. Segundo dados disponíveis no website da entidade, o Fundo de Pensões da Noruega gerou uma rentabilidade anual de 5,9% desde a criação do Norges Bank Investment Management em 1998 (dados do final do segundo trimestre de 2017). Depois dos custos de gestão e da inflação, o retorno foi de 4%.
O veículo investe atualmente em 8.985 empresas de 77 países distintos; esta soma representa que é acionista de 1,3% de todas as empresas cotadas do mundo, ou de 2,3% de todas as empresas europeias cotadas. Em termos de ativos, 65,1% está alocado em ações, 32,4% em obrigações e os restantes 2,5% estão investidos em imobiliário, através de empresas privadas (dados a 30 de junho).
Contudo, nem tudo é um mar de rosas. Tal como reconhece a Bloomberg, o tamanho tremendo do fundo está a colocar vários desafios aos seus gestores para que continue a gerar retornos num contexto de taxas baixas e valorizações altas. Por exemplo, o fundo optou recentemente por reduzir a sua exposição a divisas, de um cabaz de 23 moedas distintas para apenas as três principais: euro, dólar e libra. Para além disso, os seus responsáveis diminuíram as suas expectativas de retorno de 4% para 3%. Ainda segundo a Bloomberg, o Governo da Noruega efetuou o ano passado reembolsos pela primeira vez na sua história, e espera repetir este ano, ao retirar cerca de 70.000 milhões de coroas norueguesas (equivalente a cerca de 9.000 milhões de dólares).
De acordo com os dados disponibilizados pela SWIF relativos ao início de setembro, no top dez dos fundos soberanos com maior património do mundo figuram quatro ligados às matérias-primas: o norueguês, da UAE – Abu Dhabi, do Kuwait e da Arábia Saudita. A China apresenta até três fundos soberanos na lista, todos eles ligados principalmente à gestão das suas enormes reservas de divisas estrangeiras. Os dados são comprovados pela tabela abaixo apresentada.