A responsável da Amundi começou por lembrar que o movimento de descida de taxas de juro protagonizado pela Fed “vai claramente beneficiar os países emergentes via o enfraquecimento do dólar”. Nesse sentido, realça, “que toda a dívida que esteja denominada em dólares será mais fácil de se reduzir”, e, portanto, nesse sentido, “temos visto um grande movimento de capitais para os países emergentes”.
Ainda para mais, num contexto em que há uma procura por yields mais elevadas, a responsável da gestora internacional adiciona o efeito de diversificação que investir nestes mercados traz. “Têm-se yields mais altas, um dólar mais desvalorizado e, sobretudo, há que salientar que a qualidade de crédito em muitos destes países melhorou, e isso tem que ver com o facto de estes terem, de alguma forma, reduzido os seus défices. Estando menos endividados, faz com que os perfis de risco destes países sejam mais saudáveis”, comenta.
Este é um conjunto de fatores que faz com que Cristina Carvalho realce um novo olhar relativo aos emergentes, até porque aportam alguma descorrelação face “às obrigações globais” ou em relação às “ações globais” é algo importante e interessante para quem investe. No entanto, outra questão entra em jogo: a ação de Trump ou de Kamala. “Ganhando Trump, obviamente que vai haver uma política mais protecionista, e isso de alguma forma vai prejudicar os países emergentes. Mas ainda assim, no final do dia, o que ele quer é dinamizar a sua economia o mais possível…”, assinala. Com Kamala na Casa Branca, Cristina Carvalho realça que “os efeitos para os países emergentes poderão não ser assim tão impactantes”. Acredita que continuarão a ser cobradas à China tarifas, tal como acontece agora.
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