Menos OICVM e Fundos de Investimento Alternativo no terceiro trimestre de 2014

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NASA's Marshall Space Flight Center, Flickr, Creative Commons

Os últimos dados da CMVM que se debruçam sobre a atividade de gestão de ativos no terceiro trimestre do ano passado indicam que esse foi um período de queda para o total dos ativos sob gestão em Portugal, que diminuíram 2,3% face ao trimestre anterior. Segundo o Relatório de Gestão de Ativos que o Regulador torna agora público, o valor total corrigido1 da gestão de ativos nacional – que considera a gestão individual de ativos e a gestão colectiva de ativos – era de 94.364 milhões de euros no final de setembro de 2014. Comparativamente com o mesmo período de 2013, as notícias são positivas já que o valor registou um aumento de 2%. 

Gestão individual: quebra trimestral

No que diz respeito à gestão individual de ativos (a este nível a CMVM refere-se ao conjunto de valores que pertencem a um titular individualmente considerado ou seja, a gestão personalizada) o montante sob gestão no período analisado também decaiu, no caso uma quebra trimestral de 0,2% para os 62.304,6 milhões de euros. Neste segmento de negócio, as gestoras de fundos eram as entidades que arrecadavam mais de metade do volume sob gestão (56,5%), com 35.178 milhões de euros de património. Seguiam-se as sociedades gestoras de patrimónios, cujos ativos geridos se situavam nos 22.510 milhões de euros no final de setembro de 2014. 

Quando se analisa a quota de mercado por entidade gestora ao nível da gestão individual de ativos, o destaque vai para a Caixagest, cujo montante sob gestão avançou relativamente ao mesmo trimestre de 2013, e comparando com o segundo trimestre de 2014. No final de setembro do ano passado a entidade geria 21.118 milhões de euros, o que se traduz numa variação de 0,79 pontos percentuais na quota de mercado. A F&C Portugal era a entidade que se seguia com 13.859 milhões de euros em ativos sob gestão, antecedendo a ESAF (atual GNB Gestão de Ativos), que no terceiro lugar deste ranking geria 8.068 milhões de euros. 

Menos OICVM e  Fundos de Investimento Alternativo 

Ao nível da gestão colectiva de ativos as contas da CMVM também falam de uma diminuição do valor global dos ativos sob gestão, que decresceu 5,4% no trimestre para os 34.962 milhões de euros no final de setembro de 2014. No que diz respeito ao número de fundos geridos também o universo diminuiu para 501, comparativamente com os 525 existentes três meses antes. A contribuir para esta redução esteve principalmente o "corte" no número de OICVM abertos, que passaram de 174 para 160, mas também de Fundos de Investimento Alternativo (FIA), que no final de setembro do ano passado eram 64 face aos 72 da contagem anterior. 

Precisamente a redução do volume sob gestão dos FIA deu um grande “empurrão” para a queda dos ativos sob gestão do segmento em análise. Se no final de junho de 2014 os FIA detinham 4.758 milhões de euros em ativos geridos, três meses depois esse valor encontrava-se nos 3.620 milhões de euros.  

Fundos de mercado monetário e FPR avançam 

Num trimestre em que “queda” foi a palavra dominante, importa realçar as duas categorias de fundos cujo património avançou. São eles os fundos de mercado monetário, que em junho geriam 1.085 milhões de euros, alcançando os 1.209 milhões no final de setembro, e os Fundos Poupança Reforma, que no período passaram dos 987,1 milhões de euros para os 988,4 milhões. 

1 O total corrigido exclui as unidades de participação OIC nacionais detidas no âmbito da gestão individual e coletiva de ativos como forma de eliminar o efeito de dupla contagem.