Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC), representa hoje o principal instrumento de securitização do mercado de capitais no Brasil.
“A partir do próximo semestre, teremos operações de FIDCs vinculados ao mercado de infra-estrutura”, afirmou Ricardo Mizukawa, presidente do Comité de FIDCs da ANBIMA e superintendente de produtos do Bradesco Asset Management, durante palestra realizada durante o 7º Congresso ANBIMA de Fundos de Investimento, em São Paulo.
Hoje, as principais categorias de FIDCs são os de agroindústria e comércio, seguidos de FIDCs financeiros e de fomento mercantil. Segundo ele, a expansão deste mercado traz boas oportunidades para o investidor que procura diversificação, pois, em sua visão, estes fundos têm uma relação risco-retorno benéfica para o investidor.
As primeiras operações desse mercado, que hoje tem 53 mil milhões de reais sob gestão e 4 mil investidores, foram feitas em 2002, mas o sector já apresenta sinais de solidez, segundo Francisco Bastos, superintendente de Relações com Investidores Institucionais da Comissão de Valores Mobiliários.
Um avanço recente foi a instrução CVM nº 531, que busca trazer maior transparência para o mercado, aperfeiçoando os controlos por parte dos administradores e custodiantes dos fundos, ao definir mais claramente suas responsabilidades. Um dos objectivos foi a redução dos conflitos de interesses.
Segundo Jean Pierre Cote Gil, gestor de carteiras na Western Asset, as perspectivas do mercado são optimistas. “A nova regulação desmitifica o FIDC e deixa o investidor mais confortável”, afirma. “Ela não pode eliminar os riscos que afectaram o sector no passado, mas aumenta o controlo do participante. Depois de analisar riscos e liquidez, é a opção que traz mais retorno, em comparação a outros investimentos.”
O FIDC é um tipo de aplicação em que a maior parte dos recursos é destinada à aquisição de direitos creditórios.