Embora a desvalorização do dólar face ao euro, em julho, possa ter condicionado ligeiramente as empresas ibéricas, os fundos que investem no mercado português e espanhol conseguiram contornar esse efeito.
Julho foi, segundo três entidades financeiras, um mês de otimismo e confiança para o mercado de ações. No entanto, devido à desvalorização do dólar face ao euro, o segmento acionista sofreu algumas consequências, e o ibérico não foi exceção.
A gestora Invest Gestão de Activos fez o balanço deste sétimo mês do ano, com base no seu fundo de equity – Invest Ibéria (resultante da mudança de política de investimento do fundo Alves Ribeiro – Médias Empresas Portugal). À data de 31 de julho, o produto geria cerca de 6,7 milhões de euros em ativos, segundo dados da Morningstar Direct. De acordo com a gestora, no período em análise, “o fundo registou uma valorização de 0,5%”.
Esse valor deve-se, em parte, “aos bons dados económicos” na Península Ibérica e a uma taxa de desemprego inferior à registada na zona Euro. Em Espanha, “destaque, ainda, para o PIB que cresceu 3,1%, em termos homólogos, no segundo trimestre”, afirma a Invest Gestão de Activos.
A gestora BPI Gestão de Activos dá-nos também o seu parecer relativamente ao mercado acionista. Destaque para “os dados macroeconómicos que continuam a ser animadores relativamente à expectativa de recuperação económica da Zona Euro”. No entanto, “a desvalorização do dólar face ao euro (-3.5% no mês) acabou por condicionar a performance dos mercados acionistas devido à exposição das empresas europeias às exportações para países em dólar”.
Especificamente sobre o fundo BPI Ibéria, o banco Sabadell e a Repsol foram “os títulos que mais contribuíram positivamente para [a sua] performance”. Contrariamente, “as ações que mais penalizaram a performance do fundo foram a Ferrovial e a IAG.”
Ainda de um outro ponto de vista, Nuno Marques da IM Gestão de Ativos analisa os mercados com base no fundo da casa IMGA Iberia Equities (lançado em fevereiro deste ano) que, no mês de julho, apresentou uma rentabilidade de 0,92%. Num panorama geral, “os mercados ibéricos estiveram em destaque ao longo do mês, em particular o mercado português”. Por sua vez, no campo macroeconómico, em Portugal, destaque “para a forte evolução das vendas a retalho referentes a maio e para um ligeiro abrandamento nos níveis de inflação de junho”, afirma o profissional.
A contribuir de forma positiva para o retorno do fundo estiveram as posições no “BBVA, Fluidra, CAF, Banco Sabadell e Neinor”. Por outro lado, a contribuir negativamente estiveram “as posições detidas em Logista, Ferrovial, Acerinox e Altri”.