Segundo o estudo realizado pela consultora, 62% das mulheres mostram-se mais dispostas a investir num fundo defensivo, com uma expetativa de crescimento mais baixa, comparativamente os homens.
Segundo uma recente análise elaborada pela consultora Mercer, "a diferença entre os valores das pensões entre homens e mulheres, varia de forma bastante significativa entre os vários Estados Membro". Ainda assim, metade deles regista disparidades na ordem dos 30% ou mais. No estudo “The Gender Pension Gap – From Awareness to Action”, a Mercer destaca os principais fatores por detrás destas desigualdades de género a nível das reformas, que impacto irão ter nas empresas e como podem ser trabalhadas essas questões.
A maioria dos sistemas de pensões da União Europeia estão "diretamente ligados ao vencimento, ou seja, aqueles que ganham menos, que trabalham em part-time ou que interrompem as suas carreiras para tomar conta dos filhos ou de familiares, vão receber um valor de reforma mais baixo" Ainda que as empresas tentem colmatar essa lacuna, o estudo da Mercer indica que “menos de 10% das organizações oferecem planos de pensões ajustados a diferentes tipos de empregabilidades”.
Mulheres menos confiantes nos investimentos
Ainda segundo a consultora e a Master Trust, “as mulheres tendem a demonstrar menos confiança na hora de tomar decisões financeiras e são mais cuidadosas em assumir riscos”, o que resulta em 62% de mulheres que se mostram mais dispostas em investir num fundo defensivo, referem, com uma expetativa de crescimento mais baixa, do que os homens. “Apesar desta aversão ao risco poder conduzir a uma menor instabilidade no que diz respeito às poupanças da reforma, pode também reduzir significativamente a pensão à idade de reforma”, referem no mesmo documento.
Cristina Duarte afirma que “as causas que estão na base desta aversão ao risco das mulheres e da falta de confiança financeira são multidimensionais e complexas, por isso a educação financeira orientada fará parte da solução”. Para finalizar, acrescenta ainda "que a comunicação de benefícios, que se baseia nas circunstâncias pessoais de uma mulher, terá uma maior probabilidade de conquistar a sua atenção e, posteriormente, desencadear medidas positivas. Personalizar a mensagem e usar uma linguagem mais atrativa para as mulheres pode ajudá-las a tomar decisões de investimento capazes de garantir um maior retorno a longo prazo devidamente alinhado com suas necessidades e ambições”.