M&G (Lux) Optimal Income Fund: cautela é a palavra de ordem

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Créditos: Aaron Burden (Unsplash)

Durante o mês de outubro, a M&G Investments veio a Lisboa partilhar as suas perspetivas para mercado global e falar sobre os fundos de obrigações, ações e multiativos da entidade. Das várias estratégias apresentadas, destacamos o M&G (Lux) Optimal Income Fund, gerido por Richard Woolnough. Um fundo há muito conhecido no mercado português e que conta com Rating FundsPeople 2023.

Como publicado recentemente na página do Insights Portugal, este fundo atraiu, segundo dados do final do ano de 2002, mais de 2 milhões de euros por parte das seguradoras nacionais. Para além disso, é um dos poucos fundos multiativos que fazem parte das carteiras de fundos de pensões abertos nacionais, que atraiu, até à data mais recente de análise, 127 milhões de euros em montante de investimento. 

Desde setembro de 2021, esta é uma estratégia classificada como artigo 8º, de acordo com a classificação SFDR. Uma medida que se enquadrou no compromisso da M&G Investments de adotar critérios ESG, sustentáveis ou de impacto. O fundo mantém uma classificação ESG média ponderada superior ao benchmark e exclui qualquer empresa que viole os princípios do Pacto Global das Nações Unidas e qualquer obrigação governamental de países classificados como "Não Livres" pelo Índice Freedom House.

Rendimento fixo em três atos

Andrew Eve, especialista em investimentos na equipa de Rendimento Fixo da M&G Investments começou por apresentar um visão geral do cenário do investimento em obrigações e outros títulos de rendimento fixo, destacando três mensagens-chave. Na primeira, o profissional destaca a contínua atratividade destes investimentos em 2023, relativamente a 2020 e 2021, e “uma parte cada vez mais empolgante da carteira”, refere.

Em segundo lugar, o especialista aponta que as valorizações atrativas possibilitam várias oportunidades para os gestores de ativos encontrarem valor para a sua carteira. “Temos uma das maiores equipas de analistas de pesquisa de crédito na Europa e os nossos gestores de fundos fazem uso desse expertise na tomada de decisão na escolha de ativos, que representem boas oportunidades”, explica.

Em terceiro lugar, Andrew Eve menciona que, em termos de posição da carteira, têm vindo a adotar uma abordagem mais defensiva até ao momento, reflexo das preocupações face ao mercado. O profissional conta que “embora a tendência dominante do mercado seja a ideia de soft landing”, se têm mantido mais cautelosos durante este ano.

Gerir riscos e expetativas

O M&G Optimal Income tem a flexibilidade de investir em diferentes classes de ativos, mas o foco são as obrigações governamentais e corporativas. Nestas últimas, entre investment grade e high yield - onde têm vindo a reduzir a exposição nos últimos meses, consequência da estratégia defensiva adotada. O especialista destaca, ainda, uma razão para preferir títulos de dívida em vez de investir em liquidez. “Apesar das taxas de juro atualmente elevadas, investir em títulos de dívida pode oferecer a possibilidade de ganhos de capital no caso de recessão ou quedas nas taxas de juro”, explica.

O profissional refere que adotaram uma postura mais neutra em relação à duração da carteira, motivada pelo sentimento de cautela face ao mercado. “Acreditamos que provavelmente chegámos ao auge do ciclo económico”, diz e acrescenta que, no entanto, “existem riscos de que os bancos centrais continuem a ser excessivamente cautelosos. É a primeira vez que temos uma verdadeira inflação em muitos anos. Portanto, mantemos a duração geral do portefólio relativamente neutra”, reitera.