Movimentos no capital da Invesco e da Janus Henderson fazem prever novas operações de integração no setor

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Movimentos importantes no capital social de duas grandes gestoras de fundos dos Estados Unidos: Invesco e Janus Henderson. Tal como adianta o Wall Street Journal, um hedge fund ativista, o Trian Fund Management, entrou na estrutura acionista de ambas as empresas, adquirindo 9,9% de cada uma delas. O hedge fund, fundado por Nelson Peltz, Ed Garden e Peter May, ao realizar ambas as operações, investiu 900 milhões de dólares, 760 milhões de euros.

A publicação, que cita fontes familiarizadas com a operação, assegura que por trás deste movimento está a intenção do hedge fund de criar uma entidade maior, que compita em escala com as maiores gestoras do mundo. A Invesco conta com um volume de ativos sob gestão de 1,2 biliões de dólares, enquanto o património gerido pela Janus Henderson alcança os 330.000 milhões. A soma de ambas dará lugar a uma empresa com mais de 1,5 biliões, o que a situará como décima do mundo em ativos sob gestão. O facto de estar no capital de ambas as entidades, vai permitir ao Trian Fund Management exercer a sua influência para que aconteça um movimento nesta direção.

Não obstante, também pode haver outra possibilidade: que o matrimónio não seja entre elas, mas que o Trian Fund Management simplesmente preveja que ambas as gestoras serão protagonistas de novos movimentos de integração e que tenha aproveitado a correção que está a sofrer o setor em bolsa, perante a queda das margens, para tomar posições. De facto, fontes anónimas citadas pelo WSJ asseguram que o hedge fund dispõe de recursos adicionais para tomar mais posições noutras gestoras cotadas. Ao fim e ao cabo, a indústria está imersa num processo de integração no qual tanto a Invesco como a Janus Henderson têm experiência.

A Invesco é uma entidade com uma longa história de aquisições, operações que permitiram à gestora crescer em tamanho. Na parte da gestão passiva, a empresa mostrou-se muito ativa ultimamente, com a integração da Source (na Europa) e da Guggenheim (nos EUA), que reforçou o que já tinham com a PowerShares, que adquiriram em 2005. No que diz respeito à gestão ativa, comprou a Oppenheimer. A Janus Henderson, por sua vez, é o resultado da integração da americana Janus Capital com a britânica Henderson Global Investors.