Nordea 1 European Covered Bond Opportunities: investir numa classe de ativos com um longo historial de ausência de incumprimentos

Henrik Stille Nordea AM covered bonds
Henrik Stille. Créditos: Cedida (Nordea Am)

O Nordea 1 European Covered Bond Opportunities é um fundo que este ano conta com Rating FundsPeople+. Trata-se de uma estratégia da Nordea Asset Management que investe em obrigações hipotecárias. Para conseguir um maior potencial de retorno, Henrik Stille, gestor do produto, aproveita as operações de elevada convicção para aumentar o potencial alfa da estratégia, ao mesmo tempo que mantém a natureza de elevada classificação de crédito da carteira. “Limitamos o risco de taxas de juro através de derivados e da construção de carteiras e aumentámos a exposição ao crédito utilizando alavancagem e derivados”, explica à FundsPeople

Partindo da sua estratégia tradicional de obrigações cobertas, Henrik Stille reduz a duração a aproximadamente um ano e aumenta a exposição aos spreads (x2) dando mais flexibilidade. “O principal motor da estratégia são os spreads, com uma maior exposição e uma elevada convicção pelo aumento do potencial alfa. Os spreds das covered bonds têm uma característica muito resistente: aumentar esta exposição é um bom presságio para a diversificação sem acrescentar mais volatilidade. É por isso que o fundo é adequado para investidores que procuram elevada qualidade de ativos, baixa sensibilidade às taxas de juro e uma gestão ativa experiente capaz de gerar alfa no universo das obrigações garantidas”. 

Posicionamento atual da carteira

A estratégia proporciona acesso a uma classe pouco conhecida, bem como a um nível relativamente elevado de proteção (sólida qualidade dos ativos e um longo historial de ausência de incumprimentos) em comparação com outros instrumentos de rendimento fixo. “A estratégia European Covered Bond Opportunities mantém um perfil de elevada classificação, apresenta um risco de taxas de juro limitado, ao mesmo tempo que oferece acesso a uma elevada exposição de crédito. Tem conseguido oferecer alfa de forma consistente e retornos atrativos quando a maioria das classes de ativos de obrigações teve dificuldades no ano passado. A nossa premiada equipa de investimento, com uma média de 20 anos de experiência, é responsável por uma estratégia escalável com uma trajetória de mais de 10 anos e mais de 38.000 milhões de euros em ativos sob gestão”, sublinha.  

Recentes alterações implementadas na carteira

Ao analisar uma obrigação hipotecária, o gestor realiza uma dupla análise. “Por um lado, é importante analisar os ativos com os quais está colateralizada e a legislação que os sustenta, mas é igualmente importante analisar os emitentes, os próprios bancos. Fazemos uma seleção dos países nos quais comprar obrigações garantidas, que emitentes comprar em cada país e que obrigações comprar de cada emitente”, destaca.

Ao nível de país, atualmente considera as obrigações do Canadá atrativas, onde se espera que a oferta diminua ainda mais em comparação com a da zona euro. “Os emitentes canadianos têm uma menor exposição à guerra da Ucrânia, bem como à crise energética europeia. Também consideramos atrativas as obrigações garantidas da Dinamarca, devido ao maior impacto no abrandamento da atividade hipotecária e ao aumento dos rendimentos que oferecem. Dentro da zona euro, certos emitentes em Itália e Espanha continuam atrativos, uma vez que os níveis de spreads mais amplos têm razões técnicas e não é resultado de preocupações de crédito”, afirma.

Recentemente também reduziu a proteção contra o achatamento de curvas que tem servido como paraquedas contra o alargamento da extensão e que se traduziu numa maior geração de alfa e numa maior redução de perdas em 2022.

Perspetiva de mercado da equipa gestora

Com o regresso da volatilidade e a maior queda em décadas que o universo de obrigações experienciou em 2022, muitos investidores estão a procurar soluções capazes de navegar num mercado repleto de acontecimentos, muitos deles imprevistos. “O risco de inflação pode fazer subir as taxas de juro, enquanto o risco de recessão exige precaução quanto aos níveis de spread”, argumenta.

Na sua opinião, as obrigações hipotecárias são uma das classes de ativos mais seguras para se investir. “Nunca houve, em nenhum lugar do mundo, um incumprimento desde que este produto foi lançado. Têm um historial muito forte e são extremamente líquidos. É o segundo mercado de obrigações mais líquido da Europa, depois das obrigações dos governos”.

Segundo Henrik Stille, a classe de ativos é negociada a níveis de spread atrativos em comparação com as obrigações governamentais. Na sua opinião, isto não se deve a preocupações de crédito, mas sim a razões técnicas.

“Depois de um ano recorde em novas emissões, a atividade no mercado hipotecário está a desacelerar consideravelmente em todo o mundo. Os bancos precisam de muito menos empréstimos do que nos anos anteriores. Isto leva a uma redução das novas atividades de emissão no mercado de obrigações garantidas. Ao mesmo tempo, existe uma pressão de oferta significativa das obrigações do governo no futuro. A oferta líquida prevista para 2023 está num nível nunca antes visto. Vemos margens para uma considerável restrição dos spreads das obrigações garantidas face às governamentais”, conclui.