Os investidores do ActivoBank e do Banco Best parecem ter procurado alguma proteção face à volatilidade dos mercados, com alguns fundos de obrigações e monetários a surgirem entre os mais subscritos.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
O décimo primeiro mês do ano parece ter encerrado com poucas alterações naquilo que tem sido “a tendência” dos mercados. Isto é, a volatilidade continuou a causar algumas dores de cabeças aos investidores, com os mercados norte-americano e europeu a registarem resultados distintos.
Bruno Pinhão, do ActivoBank, analisa o contexto dos mercados, destacando que o balanço positivo do mercado norte-americano foi suportado por factores geopolíticos, pela “perspetiva de entendimento entre os EUA e a China e uma possível melhoria de relações entre os dois países”, e ainda por factores relacionados com a política monetária e dados macroeconómicos, com “a robustez económica dos EUA e o discurso mais dovish do alto representante da Fed a trazer algum alento ao mercado”.
Já sobre o continente europeu, aponta que a incerteza continua na ordem do dia, com os principais temas a continuarem por se resolver, como é o caso do impasse entre a Comissão Europeia e a Itália relativamente ao orçamento, e em particular sobre o défice. “O acordo para o Brexit entre a UE e o Reino Unido, por outro lado, foi um ponto favorável, estando ainda dependente da aprovação no parlamento britânico”, destaca. Em termos macroeconómicos, contudo, a desaceleração dos indicadores de atividade na zona euro e o corte nas projeções económicas por parte da Comissão Europeia são factores adjuvantes para a incerteza que se vive no velho continente. “Os próprios índices desta geografia tiveram comportamentos distintos e, se por um lado os índices de Alemanha e França foram dos mais penalizados, o índice espanhol foi o que mais valorizou”, detalha Bruno Pinhão.
Neste contexto, os fundos de ações parecem ter sido a principal escolha dos clientes do ActivoBank, “com especial destaque para as pequenas e médias empresas, dada a incerteza da guerra comercial”, aprofunda o profissional. O mercado norte-americano foi, assim, o preferido, com três fundos entre os mais subscritos. Outro dos destaques – e talvez a principal novidade do mês – é a presença de quatro fundos de obrigações no top de preferências, que até então tinha sido dominado pelos fundos de ações. Para Bruno Pinhão, este é um indicador de que “os clientes estão com uma abordagem mais prudente ao mercado, optando por estratégias mais defensivas”. Por outro lado, “num mês em que o sector da saúde foi o ‘top performer’, os investidores não descoraram esta oportunidades e, sem surpresa, encontramos um fundo deste sector entre os mais subscritos”, revela.
Clientes do Banco Best igualmente cautelosos?
Sobre as preferências dos clientes do Banco Best, Rui Castro Pacheco, diretor adjunto de investimentos, destaca que a presença de dois fundos de tesouraria no top de subscrições poderá ser um reflexo da procura por refúgio por parte dos investidores face à volatilidade dos mercados de maior risco. A procura recaiu, assim, sob um fundo de coroas norueguesas, o Nordea Swedish Kroner Reserve, e outro de dólares americanos, o Schroder US Dollar Liquidity, embora o profissional faça questão de referir que “estas alternativas de investimento em ativos monetários acabam por deixar em aberto risco cambial, para investidores baseados em euros”.
O fundo mais subscrito, por outro lado, foi um fundo multiativos que é já uma presença habitual na lista de mais subscritos. Falamos do Acatis Gané Value Event, cuja gestão está a cargo de “duas boutiques especialistas nas suas áreas, a Acatis com a parte value e a Gané com a componente de event, duas estratégias que se têm complementado bastante bem”, indica Rui Castro Pacheco.
Ainda assim, os clientes da entidade mantiveram a aposta em fundos de ações, que lideram o top com sete produtos diferentes. A procura por estratégias, países ou sectores em específico manteve-se, com a procura pelo sector da saúde a ser um dos destaques do mês, com o BlackRock World Healthscience. A tecnologia e serviços financeiros foram outros dos sectores mais procurados, com os fundos BlackRock World Technology, Allianz Global Artificial Intelligence e o Fidelity Global Financial Services.
No que respeita a países, os clientes optaram pelo mercado italiano, com o Fidelity Italy, e pelo mercado americano, em particular com a procura pelas “melhores oportunidades nas small e mid cap”, com os fundos Alger Small Cap Focus e Franklin U.S. Opportunities.
Fundos mais subscritos em novembro