Em 2023, a Lynx viu os seus ativos totais crescerem mais de 60%, segundo o seu relatório e contas. Para 2024, a entidade antevê uma importante mudança no foco de atuação.
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O ano de 2023 foi de boas notícias para a Lynx Asset Managers. Um ano positivo, tal como já tinha acontecido em 2022, em que voltaram a ver os seus ativos totais crescer. No relatório e contas, a entidade indica que houve "um forte aumento dos ativos sob sua gestão". Estes totalizaram então os 2.864 milhões de euros, o que represento um acréscimo de 60%, face a 2022. 2023 foi também um ano de mudança. No documento, a entidade fala da hipótese de deixarem de gerir OICVM, recentrando o seu negócio nas restantes áreas.
Em 2023, por seu turno, foi conseguido um marco para a entidade. "A evolução dos ativos sob gestão reflete, no fundamental, o maior número de Organismos de Investimento Coletivo (OIC) sob responsabilidade da LYNX", assinalam. No final de 2023 contabilizavam 78, que comparam com os 50 de 2022.

SIC já perfazem 57% dos ativos geridos totais
O crescimento da Lynx em 2023 teve um grande impulso do crescimento da atividade na gestão de SIC (sociedades de investimento coletivo). Esta área aumentou os seus "ativos sob gestão em 75%", e o seu impacto foi em duas frentes. Impactou "não apenas nos ativos sob gestão, mas também ao nível dos proveitos da sociedade, em resultado do forte aumento de 108% (cento e oito por cento) das receitas provenientes das comissões associadas à gestão destes veículos".
A gestão das SIC - todas elas imobiliárias fechadas - "aumentou, em 2023, o peso relativo na atividade da Lynx, representando cerca de 57% dos ativos sob gestão da empresa no final de 2023". Nos proveitos gerados, esta área representou 49%. Em entrevista à FundsPeople, João Lino de Castro, explicava recentemente a lógica que têm vindo a implementar de "profissionalização da gestão para alguns clientes que têm um investimento em imóveis significativo".
Fundos mobiliários: Discovery Fund, o grande contribuidor
Já os fundos mobiliários que a entidade gere cresceram em termos agregados. No final de 2023, estes produtos tinham sob gestão 15 milhões de euros. Contudo, nem todos os produtos sob gestão contribuíram para esse incremento. Como explicam, o incremento veio essencialmente do "comportamento" do Discovery Fund. O fundo fechou 2023 com um "incremento de um milhão e novecentos mil euros", gerindo no final de 2023, mais de 10,5 milhões de euros. Em sentido contrário, "os fundos mobiliários LYNX Defensivo e LYNX Prudente registaram quebras no seu respetivo valor líquido global, traduzindo-se numa redução agregada de novecentos e vinte e sete mil euros".
Embora o crescimento dos volumes sob gestão seja "reduzido", a entidade assinala "o crescimento dos proveitos gerados pelos OICVM". Esse valor passou de 187,2 mil euros para mais de 430 mil, como é possível verificar na tabela acima.
OICVM: área que a Lynx "pondera" deixar
Em 2024, mudanças acontecerão neste campo. "Registar-se-á seguramente uma redução nos ativos sob gestão nos OICVM geridos, até porque a LYNX transferiu a gestão do Bison China Flexible Bond Fund para outra sociedade gestora e está previsto também que o faça também brevemente em relação ao Discovery Fund – Fundo de Investimento Alternativo Aberto Flexível", escreviam.
Deste modo, tendo em conta o valor residual que a gestora terá a seu cargo nesta área, outras mudanças podem aparecer. "A Lynx está a ponderar, após a transferência do Discovery Fund, deixar, por enquanto e até que surja uma oportunidade de estabelecimento de uma parceria com uma entidade com capacidade significativa de comercialização destes produtos financeiros, de exercer a atividade de gestão de OICVM e de carteiras, procedendo à liquidação dos três fundos abertos que ainda gere". Recorde-se que a Lynx gere os OICVM Lynx Valor, Lynx Prudente e Lynx Defensivo.
No campo da gestão de carteiras, registou-se que o volume sob gestão "diminuiu significativamente, tendo passado de cerca de vinte e quatro milhões quatrocentos e oitenta mil euros, no final de 2022, para um montante rondando catorze milhões e quatrocentos mil euros, no final de 2023". Não obstante esse decréscimo, os proveitos registaram uma quebra de "reduzida materialidade, em termos relativos". Somaram cerca de 8 mil euros.
Capital de risco: crescer moderadamente
Na área de capital de risco, 2023 terminou com um total de 20 fundos de capital de risco, face a 19 do ano anterior. Isto em consequência "da transferência de um fundo para a gestão da LYNX, da constituição de um novo veículo e ainda da liquidação de um OICR". O volume total de ativos sob gestão cresceu "de forma muito expressiva nesta componente". Totalizou 934 milhões de euros, o que significa "um acréscimo de 72%, face a 2022". Em 2024, e em linha com a estratégia que o administrador da entidade já tinha dado conta à FundsPeople, esperam "crescer moderadamente, e de forma criteriosa, os proveitos originados pela área de gestão de fundos de capital de risco, bem como no número de organismos desta natureza geridos pela LYNX".